sábado, 5 de julho de 2008



Verdades que Transformam
Cinco Votos para Obter Poder Espiritual

A. W. Tozer



Digitalizado por Luis Carlos

http://semeadoresdapalavra.queroumforum.com/
Copyright © Editora dos Clássicos, 2004
Capa: Magno Paganelli
Diagramacão: Rafael Alt
Produção e coordenação editorial: Gerson Lima
1ª edição: julho de 2004
T757c Tozer, A.W.
Cinco votos para obter poder espiritual / A.W. Tozer - São Paulo: Editora dos Clássicos, 2004.
12x17cm.; 64p.
ISBN 85-87832-28-X
Título original: Five vows for spiritual power.
1. Ordem religiosa - Votos. 1. Título.
Catalogação na publicação: Leandro Augusto dos Santos Lima - CRB 10/1273
Publicado no Brasil com a devida autorização
e com todos os direitos reservados na língua portuguesa por
EDITORA DOS CLÁSSICOS
Rua Angelo Santesso, 133. d. Itamarati / Pq. do Carmo
CEP: 03931-040. São Paulo - SP
Fone: (II) 6726 5757/6721 7909
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www.editoradosclassicos.com
Proibida a reprodução total ou parcial deste livro sem a autorização escrita





Sumário
Prefácio. .................................................................6

Primeira parte

Cinco Votos para Obter Poder Espiritual. ............. 8
Primeiro Voto:
Trate Seriamente com o Pecado. ....................10
Segundo Voto:
Não Seja Dono de Coisa Alguma. ...................12
Terceiro Voto:
Nunca se Defenda. ..........................................13
Quarto Voto:
Nunca Passe Adiante Algo que
Prejudique Alguém. .........................................15
Quinto Voto:
Nunca Aceite Qualquer Glória. ........................16

Esses Cinco Votos Necessitam ser
Escritos em Nosso Próprio Sangue. ................17

Por uma Vida mais Poderosa. .........................18


Segunda parte


A Vida Cheia do Espírito. . ..................................20
Todo Cristão pode Receber um Derramamento Abundante do Espírito Santo. .........................21
O Homem deve ter Certeza de que Deseja ser Cheio do Espírito. ...........................................22
O Desejo de ser Cheio do Espírito deve ser Extremamente Profundo. ...............................24
O Valor da Experiência de Privação. .............26
Uma Vida Cheia do Espírito. .........................28


Terceira parte
O Chamado do Alto. ....................................30



Prefácio
Cerca de dez anos atrás, quando eu viajava pelo Paraná, visitei uma livra­ria na cidade de Londrina. Depois de observar boa parte dos livros, "garimpando para encontrar alguma pedra preciosa", e não me dando por satisfeito, descobri que havia alguns livros velhos praticamente esquecidos numas estantes empoeiradas num corredor não acessível aos visitantes. Entre um amon­toado de apostilas e obras velhas, desarru­madas, descobri, então, essa obra de Tozer, Cinco Votos para Obter Poder Espiritual: era um livreto pequeno, fino, de acabamento bem simples; não chamava nenhuma atenção. De­pois de ler seu conteúdo, dei-me por satisfeito em ter achado uma pérola esquecida entre um monturo. Ganhei o dia! Imediatamente providenciei uma cópia, já que não estava disponível para ser comprada.
A leitura dessa mensagem causou-me profundo impacto e, desde então, recebi o encargo de poli-la e torná-la acessível aos fa­mintos por mais comunhão com Deus.
Em algum momento eu pensei em adap­tar o título, já que o termo voto é considerado algo antiquado, e temi que muitos não lessem essa obra tropeçando, "logo de cara", com o título na capa. No entanto, devo ser fiel ao encargo que Deus confiou a Tozer e não diminuir o nível de sua voz profética para massagear o ego dos mais liberais; e, se assim o fizesse, já não seria mais Tozer.
A segunda e a terceira parte deste livre­te foram adicionadas nesta edição, já que a mensagem em si era muito pequena para ser publicada como um livreto independente; entretanto, ambas se encaixam perfeitamente com seu conteúdo e a enriqueceram. Agora, depois de adquiridos os devidos direitos, e percebendo em Deus ser o tempo oportuno, ela está sendo publicada nesta Série Verdades que Transformam e me sinto aliviado diante de Deus e não mais devedor.
"Nunca vi nada tão pequeno, mas tremen­damente objetivo. Só a oração final já vale tudo. Que o Senhor nos dê graça e coragem para fazê-la", foram as palavras de Paulo Cé­sar, que tem me ajudado na revisão final. Na verdade, entre os que leram, não encontrei um sequer que tivesse sentimento diferente.
Tenhamos em conta que estamos vivendo dias em que, "por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos tem esfriado", como nos advertiu nosso Mestre (Mt 24.12). Leiamos este pequeno livreto sem preconceito e com seriedade diante de Deus.
Que o Espírito do Senhor, que usou Seu servo Tozer para liberar esta mensagem, use esta obra para restaurar a comunhão de Seus filhos e abrir caminho para levar Seu propó­sito adiante.


Primeira parte


Cinco Votos para Obter Poder Espiritual


A. W. Tozer


Título do original em inglês: Five Vorws for Spiritual Power Copyright © Christian Publications, 1996 Copyright © Editora dos Clássicos, 2002
Tradução: Editora dos Clássicos
Revisão: Paulo César de Oliveira
Os textos das referências bíblicas foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada, 2a edição (Sociedade Bíblica do Brasil), salvo indicação específica.

Afirmações para o Reavivamento Pessoal


Algumas pessoas rejeitam a idéia de fazer votos, mas na Bíblia você en­contrará muitos grandes homens de Deus que foram dirigidos por alianças, pro­messas, votos e compromissos. O salmista não era avesso a fazer votos. "Os votos que fiz, eu os manterei, ó Deus", disse ele. "Render-te-ei ações de graça" (Sl 56.12).
Meu conselho nessa questão é que se você está realmente preocupado com seu avanço espiritual - a obtenção de novo poder, nova vida, nova alegria e novo reavivamento pes­soal dentro de seu coração -, será bom fazer certos votos e empenhar-se por cumpri-los. Se você falhar, prostre-se em humilhação, arrependa-se e comece novamente, mas sem­pre leve em consideração os votos feitos. Eles irão ajudar a harmonizar seu coração com os vastos poderes que fluem do trono onde Cristo está assentado, à destra de Deus.
O homem carnal rejeita a disciplina de tais compromissos. Ele diz: "Quero ser livre. Não quero ter qualquer voto sobre mim. Não creio nisso. Isso é legalismo". Bem, deixe-me apresentar o quadro de dois homens.
Um deles não fez voto algum. Ele não aceita qualquer responsabilidade desse tipo. Ele quer ser livre. E ele é livre, em certa me­dida - assim como um vagabundo é livre. O vagabundo é livre para sentar-se num banco de jardim de dia, dormir sobre um jornal à noite, ser posto para fora da cidade na manhã de quinta-feira e voltar e subir pelas escadas rangentes de alguma pensão na quinta à noi­te. Esse homem é livre, mas também é inútil. Ele apenas ocupa um lugar no mundo, cujo ar respira.
Examinemos agora outro homem - talvez um presidente, ou primeiro-ministro ou qual­quer grande homem que carrega sobre si o peso do governo. Homens assim não são livres. Porém, com o sacrifício de sua liberdade de­monstram poder. Caso insistam em ser livres, poderão sê-lo, mas apenas como o vagabundo. Escolheram, porém, estar amarrados.
Há muitos vagabundos religiosos no mun­do que não querem estar amarrados a coisa alguma. Eles transformaram a graça de Deus em libertinagem pessoal. As grandes almas, entretanto, são aquelas que se aproximam reverentemente de Deus compreendendo que em sua carne não habita bem algum. E sabem que, sem a capacitação dada por Deus, quaisquer votos feitos seriam quebra­dos antes de o sol se pôr. Não obstante, visto que crêem em Deus, com reverência assu­mem certos votos sagrados. Esse é o caminho para o poder espiritual.
Sendo assim, há cinco votos que tenho em mente, que será bom fazer e observar.

Primeiro Voto: Trate Seriamente com o Pecado

O pecado tem sido disfarçado nestes dias, aparecendo com novos nomes e caras. Você pode estar sendo exposto a esse fenômeno na escola. O pecado é chamado por diversos nomes enfeitados - qualquer nome, menos pelo que ele realmente é. Por exemplo, os homens já não ficam mais sob convicção de pecados; eles têm um complexo de culpa. Em lugar de confessar suas culpas a Deus, para se livrarem delas, deitam-se num divã e tentam relatar o que sentem a um homem que deve conhecer melhor tudo sobre eles. Após algum tempo, a resposta dada é que eles foram profundamente desapontados quando tinham dois anos, ou alguma coisa semelhante. Supõe-se que isso os fará sentirem-se melhor.
Tudo isso é ridículo, porque o pecado é ainda o mesmo antigo inimigo da alma. Ele nunca foi alterado. Precisamos tratar firme­mente com o pecado em nossa vida. Lembremo-nos sempre disso. "O reino de Deus não é comida nem bebida", disse o apóstolo Paulo, "mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" (Rm 14.17). A justiça repousa à porta do reino de Deus. "A alma que pecar, essa morrerá" (Ez 18. 4, 20).
Não estou pregando a perfeição sem pe­cado. Antes, quero dizer que todo pecado conhecido deve ser nomeado, identificado e repudiado, e que devemos confiar em Deus para nos libertar dele, para que não exista qualquer pecado consciente, deliberado em qualquer parte de nossa vida. E absolutamen­te necessário que façamos isso, porque Deus é um Deus santo, e o pecado está no trono do mundo.
Portanto, não chame seus pecados por algum outro nome. Se você é invejoso, chame-o de inveja. Se você tem a tendência à autocomiseração e a sentir que não é apre­ciado, mas é como uma flor que nasce para morrer despercebida, a desgastar sua doçura no ar do deserto, chame esse pecado pelo que ele é: autopiedade.
Também há o ressentimento. Se você está ressentido, admita-o. Tenho conhecido pes­soas que vivem num estado de indignação furiosa a maior parte do tempo. Conheço um pregador que age como uma galinha lançada fora do ninho: ele fica correndo em todas as direções queixando-se e murmurando - al­guém está sempre o fazendo errar. Ora, caso você tenha esse mesmo "espírito", tem de tratar com ele imediatamente. Você precisa livrar-se disso. O sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado. Em lugar de tentar disfarçar o pecado ou procurar uma tradução grega opcional em algum lugar sob a qual ocultá-lo, chame-o por seu nome correto e livre-se dele pela graça de Deus.
Há também o mau humor. Não o cha­me de indignação. Não tente chamá-lo de algum outro nome. Chame-o pelo que ele é. Porque, se você tem mau humor, ou você se desfaz dele ou ele desfará muito de sua espiritualidade e alegria.
Por conseguinte, tratemos do pecado com seriedade. Sejamos perfeitamente cândidos. Deus ama pessoas cândidas.

Segundo Voto: Não Seja Dono de Coisa Alguma

Com isso, não quero dizer que não possamos possuir coisas. Quero dizer que devemos ser libertos do senso de possuí-las. Esse senso de posse é o que nos embaraça. Todos os bebês nascem com as mãozinhas fechadas, e isso me parece dizer: "Isto é meu!" Uma das primeiras coisas que eles dizem é "meu", com voz irada. Esse senso de "isto é meu!" é muito prejudicial para o espírito. Se puder livrar-se disso, para que não tenha mais o sentido de posse sobre qualquer coisa, você sentirá grande liberdade em sua vida.
Não pense com isso que você precisa ven­der tudo quanto possui e distribuir como ca­ridade. Não, Deus permitirá que você tenha seu carro e seus negócios, sua profissão e sua posição, qualquer que ela seja, contanto que entenda que isso não é seu, em absoluto, mas Dele, e que tudo quanto está fazendo é apenas trabalhando para Ele. Então, poderá estar tranqüilo em relação a tudo isso, pois nunca precisamos nos preocupar por perder o que pertence a outra pessoa. Se essas coisas forem suas, você estará sempre olhando para as mãos para ver se ainda estão ali, mas se forem de Deus, já não precisa se preocupar com elas.
Permita-me apontar-lhe algumas das coisas que você tem de entregar a Deus. Suas posses são uma dessas coisas. Alguns dos queridos filhos do Senhor estão sendo mantidos para trás porque existe uma bola e uma corrente presas em suas pernas. Se for um homem, pode ser seu luxuoso carro ou a suntuosa casa. Se for uma mulher, talvez sejam suas louças de porcelana ou seus móveis estilo. Luiz XV, e tudo o mais. Vamos considerar um precioso vaso como exemplo. Ali está ele, e se alguém batesse nele e o quebrasse, seu pobre dono provavelmente perderia cin­co anos de sua vida!

Terceiro Voto: Nunca se Defenda

Todos nós nascemos com o desejo de defender-nos. E caso insista em defender a si mes­mo, Deus permitirá que você o faça. Porém, se você entregar sua defesa a Deus, então Ele o defenderá. Ele disse a Moisés certa vez: "Serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários" (Ex 23.22).
Muito tempo atrás, o Senhor e eu chega­mos juntos ao capítulo 23 do livro de Êxo­do, e Ele me mostrou essa passagem. Já faz trinta anos que ela tem sido uma fonte de bênçãos indizíveis para mim. Não tenho de lutar. O Senhor é Quem luta por mim. E Ele certamente fará o mesmo por você. Ele será o Inimigo dos seus inimigos e Adversário de seus adversários, e você nunca mais precisará defender a si mesmo.
O que defendemos? Bem, defendemos nosso serviço e, particularmente, defende­mos nossa reputação. Sua reputação é o que os outros pensam que você é, e se surgir al­guma história sobre você, a grande tentação é tentar correr para acabar com ela. No en­tanto, como você bem sabe, tentar chegar até a fonte de uma história assim é uma tarefa inútil. Absolutamente inútil! E como tentar achar o passarinho depois de ter encontrado uma pena no gramado. Você não poderá fazer isso. Porém, se se voltar completamente ao Senhor, Ele o defenderá completamente e providenciará para que ninguém lhe cau­se dano. "Toda arma forjada contra ti não prosperará", diz o Senhor, "toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás" (Is 54.17).
Henry Suso foi um grande crente em dias passados. Um dia, ele estava buscando o que alguns crentes têm-me dito que também estão buscando: conhecer melhor a Deus. Vamos colocar isso nestes termos: você está procu­rando ter um despertamento religioso no ín­timo de seu espírito que o leve para as coisas profundas de Deus. Bem, quando Henry Suso estava buscando a Deus, pessoas começaram a contar histórias más sobre ele, e isso o entris­teceu tanto que ele chorou lágrimas amargas e sentiu grande mágoa no coração.
Então, um dia, ele estava olhando pela janela e viu um cão brincando no terraço. O animal tinha um trapo que jogava por cima de si, e tornava a alcançá-lo apanhando-o com os dentes, e corria e jogava, e corria e jo­gava muitas vezes. Então Deus disse a Henry Suso: "Aquele trapo é sua reputação, e estou deixando que os cães do pecado rasguem sua reputação em pedaços e a lancem por terra para seu próprio bem. Um dia desses, as coisas mudarão".
E as coisas mudaram. Não demorou muito tempo até que os indivíduos que estavam atacando a reputação de Suso ficassem con­fundidos, e ele foi elevado a um lugar que o transformou numa autoridade em seus dias e numa grande bênção até hoje para aqueles que cantam seus hinos e lêem suas obras.

Quarto Voto:
Nunca Passe Adiante Algo que
Prejudique Alguém

"O amor cobre multidão de pecados" (1 Pe 4.8). O fofoqueiro não tem lugar no favor de Deus. Se você sabe alguma coisa que possa vir a obstruir ou ferir a reputa­ção de um dos filhos de Deus, enterre-a para sempre. Busque um pequeno jardim, atrás da casa - um lugarzinho em alguma parte - e, quando alguém se aproximar de você com alguma história de maledicência, leve-a até ali e sepulte-a, dizendo: "Aqui jaz em paz a história sobre meu irmão". Deus tomará conta daquela história. "Com o critério com que julgardes, sereis julga­dos" (Mt 7.2).
Se quer que Deus seja bondoso com você, terá também de ser bondoso com Seus outros filhos. Você dirá: "Mas isso não é a graça!?". Bem, a graça é que fez você entrar no reino de Deus. E um favor imerecido. Porém, depois de você assentar-se à mesa do Pai, Ele espera poder ensiná-lo como se portar à mesa. E Ele não lhe permitirá comer enquanto você não obedecer à etiqueta de Sua mesa. E que etiqueta é essa? E que não conte histórias sobre os irmãos que estão as­sentados à mesa com você - não importando onde congregam, a nacionalidade ou aconte­cimentos do passado.

Quinto Voto: Nunca Aceite Qualquer Glória

Deus é zeloso de Sua glória e não a dará a ninguém. Ele não irá nem mesmo compar­tilhar Sua glória com quem quer que seja. É muito natural, diria eu, que as pessoas esperem que talvez seu serviço cristão lhes dê uma oportunidade de demonstrar seus talentos. Verdadeiramente querem servir ao Senhor, mas também querem que os demais saibam que estão servindo ao Senhor. Elas querem ter reputação entre os santos. Este é um terreno muito perigoso: buscar repu­tação entre os santos. Já é ruim o bastante procurar reputação no mundo, mas é pior procurar reputação entre o povo de Deus. Nosso Senhor desistiu de Sua reputação, e devemos fazer isso também.
Meister Eckhart certa ocasião pregou um sermão sobre a purificação que Cristo fez no templo. Disse ele: "Ora, nada havia de errado com aqueles homens que vendiam e compravam ali. Nada havia de errado em trocar dinheiro ali; aquilo tinha de ser fei­to. O pecado deles se resumia no fato de fazerem isso para ter lucro. Eles ganhavam certa porcentagem ao servirem ao Senhor". E então Eckhart fez a aplicação: "Quem quer que sirva por uma comissão, por um pouqui­nho de glória que possa tirar desse serviço, é um comerciante, e deve ser expulso do templo".
Concordo plenamente com isso. Se você está servindo ao Senhor e, quase sem per­ceber - talvez inconscientemente mesmo -, espera obter uma pequena comissão de cin­co por cento, cuidado! Isso irá espantar o poder de Deus de seu espírito. Você precisa determinar que nunca irá aceitar qualquer glória, mas cuidar para que Deus a receba toda.

Esses Cinco Votos Necessitam ser Escritos em Nosso Próprio Sangue

A coisa mais simples possível é apresentar uma mensagem como esta. O realmente di­fícil é pôr isso em prática em nossa própria vida. Relembre que esses cinco votos não são alguma coisa que se deva escrever na capa da Bíblia para, depois, esquecê-los. Necessitam ser escritos em nosso próprio sangue. Têm de ser votos finais, irrevogáveis. Ficarem apenas na superfície não é suficiente. Muito de nos­sa consagração é assim, apenas superficial. Não pode ser assim. Não! Que esses votos venham das profundezas de seu coração, das maiores profundezas de seu espírito.
Esses votos são contrários à antiga nature­za humana. Eles introduzem a cruz em nossa vida. E ninguém jamais pôde recuar depois de ter tomado sua cruz - ninguém, jamais. Quando um homem toma a cruz, já disse adeus. Já fechou as gavetas de sua escrivani­nha e disse adeus à esposa e aos filhos. Ele nunca mais voltará. O homem com a cruz nunca retorna. Quando fizer esses votos, relembre-se: eles introduzem a cruz em sua vida, ferem no coração sua vida centrada no ego, e nunca mais haverá lugar para retorno. E digo eu: "Ai dos levianos!"
No Brasil - e talvez em outros lugares tam­bém - muitas pessoas estão dizendo:
"Expe­rimentem Jesus, experimentem Deus!" Levia­nos, experimentadores, provadores é o que eles são. São como um coelho que conta com doze buracos de saída, para que, caso um seja obstruído, possa fugir pelo outro! Não! Da cruz não há lugar para fugir. Ninguém pode "experimentar" Jesus. Ele não está ã disposi­ção de ninguém para ser testado. Cristo não está sob teste. Você está. Eu estou. Ele não! Deus O ressuscitou de entre os mortos e para sempre confirmou Sua deidade e O selou e entronizou à Sua mão direita como Senhor e Cristo. Entregue tudo a Ele e notará que sua vida começará a ser elevada. Você florescerá de maneira maravilhosa.

Por uma Vida mais Poderosa

Porém, se você, por acaso, for um daqueles sobre quem Deus impôs a mão para uma vida mais profunda, para uma vida mais poderosa, para uma vida mais plena, então eu pergunto se está disposto a fazer uma oração como esta: "O Deus, glorifica-Te a Ti mesmo à minha custa. Envia-me a conta - qualquer que for, Senhor. Eu não estabe­leço o preço. Não tentarei voltar atrás nem barganhar. Glorifica a Ti mesmo. Eu arcarei com as conseqüências".
Esse tipo de oração é simples, mas é pro­funda, maravilhosa e poderosa. Eu creio que se você puder fazer uma oração como essa, ela será a rampa de onde poderá ser lançado às maiores alturas e aos céus mais azuis nas coisas do Espírito.


Segunda parte


A Vida Cheia do Espírito


Título do original em inglês:
The Spirit-Filled Life, capítulo 9 do livro The Best of A. W. Tozer,
Vol. II, by Warren W. Wiebe
© 1980 Christian Publications, Camp Hill, PA, EUA
© 2002 Editora dos Clássicos
Esta mensagem foi extraída do livro Verdadeiras Profecias, publicado por esta editora.
Tradução: Valéria Lamim Delgado Fernandes Revisão: João Guimarães e Francisco Nunes Cooperação na Redação: Paulo César de Oliveira
Todas as citações da Bíblia foram extraídas da 2a. edição da Versão Revista e Atualizada de Almeida, da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo outra indicação. As notas de fim são de autoria da Editora dos Clássicos.

Todo Cristão pode Receber um
Derramamento Abundante do
Espírito Santo

Enchei-vos do Espírito. Efésios 5.18

Que todo cristão pode e deve ser cheio do Espírito Santo dificilmente parece ser tema de um debate entre cristãos. No entanto, alguns argumentam que o Espírito Santo não é para simples cristãos, mas apenas para ministros e missionários. Outros sustentam que a porção do Espírito recebida na regeneração é idêntica àquela re­cebida pelos discípulos no Pentecostes e qual­quer esperança de uma plenitude adicional após a conversão simplesmente está baseada no erro. Alguns expressarão uma vaga espe­rança de que algum dia poderão ser cheios do Espírito, e ainda outros evitarão o assunto alegando que pouco sabem a respeito e que este tema só pode causar confusão.
Gostaria de afirmar com ousadia que te­nho a fé convicta de que todo cristão pode receber um derramamento abundante do Es­pírito Santo em uma porção muito além da­quela recebida na conversão, e também diria que esta seria muito além daquela desfrutada pela posição e lugar de destaque de alguns cristãos ortodoxos de hoje. É importante que entendamos bem esta verdade, pois enquan­to existirem dúvidas é impossível ter fé. Deus não surpreenderá um coração duvidoso com uma efusão do Espírito Santo, nem visitará alguém que tenha dúvidas doutrinárias sobre a possibilidade de ser cheio do Espírito.
Para cessar as dúvidas e criar uma ex­pectativa segura, recomendo um estudo re­verente da Palavra de Deus. Estou pronto para basear minha conjectura nos ensinos do Novo Testamento. Se um exame cuida­doso e modesto das palavras de Cristo e de Seus apóstolos não levar à convicção de que podemos ser cheios do Espírito Santo neste momento, então não vejo razão para pes­quisas em outra fonte, uma vez que pouco importa o que este ou aquele educador reli­gioso disse a favor ou contra esta proposição. Se a doutrina não é ensinada nas Escrituras, logo não pode ser sustentada por nenhum argumento, e todas as exortações a serem consideradas não têm valor.
Não apresentarei aqui um caso para a afir­mativa. Que aquele que tem dúvidas exa­mine a evidência por si mesmo, e se chegar à conclusão de que não há justificativa no Novo Testamento para crer que pode ser pleno do Espírito, que ele feche este livro e poupe-se do transtorno de continuar a lê-lo. O que digo daqui para frente diz respeito a homens e mulheres que superaram suas dúvidas e estão convictos de que, quando cumprem as condições, podem, de fato, ser cheios do Espírito Santo.

O Homem deve ter Certeza de
que Deseja ser Cheio do Espírito

Antes de ser pleno do Espírito, o homem deve ter certeza de que deseja que isto aconteça. E esta questão deve ser levada a sério. Muitos cristãos querem ser cheios do Espírito, mas seu desejo é um tipo de sentimento român­tico e indistinto que dificilmente merece ser chamado de desejo. Eles quase não têm idéia do quanto lhes custaria se dar conta desta verdade.
Imagine que estamos conversando com uma pessoa que tem dúvidas, algum jovem cristão impulsivo, digamos, que nos procurou para aprender sobre a vida cheia do Espírito. Da maneira mais gentil possível, consideran­do a natureza intencional das perguntas, son­daríamos sua alma da seguinte forma: "Você tem certeza de que deseja ser cheio de um Espírito que, embora seja como Jesus em Sua bondade e amor, pedirá que seja Senhor de sua vida? Você está disposto a deixar que sua personalidade seja controlada por outra, mesmo que esta seja o Espírito do próprio Deus? Se assumir o controle de sua vida, o Espírito esperará uma obediência incondi­cional em tudo. Ele não tolerará em você os pecados do ego mesmo que estes sejam permitidos e perdoados pela maioria dos cris­tãos. Quando digo pecados do ego refiro-me a amor-próprio, autocomiseração, egoísmo, autoconfiança, farisaísmo, auto-exaltação, autodefesa. Você descobrirá que o Espírito faz firme oposição às maneiras fáceis do mundo e da massa heterogênea que estão dentro dos limites da religião. Ele terá ciúmes de você para seu próprio bem. Jamais permitirá que você se comporte com ostentação, vangló­ria ou exibicionismo. Colocará o controle de sua vida longe de seu alcance. Fará com que os justos o provem, o disciplinem, o casti­guem por amor à sua alma. Poderá privá-lo de muitos daqueles prazeres incertos que outros cristãos desfrutam, mas que lhe são uma fonte de mal requintado. Por tudo isso, Ele irá envolvê-lo em um amor tão imenso, tão poderoso, tão abrangente, tão maravi­lhoso que suas perdas parecerão ganhos, e suas pequenas dores, alegrias. Contudo, a carne protestará sob o fardo do Espírito e irá censurá-lo como um jugo muito pesado para ser carregado. E você terá permissão para desfrutar do solene privilégio de sofrer para encher-se daquilo que está por trás das aflições de Cristo em sua carne por amor do corpo de Cristo, que é a Igreja. Diante dessas condições, você ainda quer ser cheio do Espírito Santo?" Se isso parecer sério, lembremo-nos de que o caminho da cruz nunca é fácil. O bri­lho e a fascinação que acompanham os mo­vimentos religiosos populares são tão falsos quanto o resplendor nas asas do anjo das trevas quando ele, por um instante, se trans­forma em anjo de luz. A timidez espiritual que teme mostrar a cruz em seu verdadeiro caráter não deve ser justificada sob nenhuma razão. Ela pode resultar apenas em frustração e tragédia no final.

O Desejo de ser Cheio do Espírito deve ser Extremamente Profundo

Antes que sejamos cheios do Espírito, o dese­jo de ser cheio deve ser extremamente profundo. Deve ser, por ora, a coisa mais importante da vida, tão intensa, a ponto de impedir a entrada de qualquer outra coisa. O grau de plenitude em qualquer ser concorda perfei­tamente com a intensidade do verdadeiro desejo. Temos tanto de Deus quanto, na verdade, gostaríamos de ter. Um dos maio­res impedimentos para uma vida cheia do Espírito é a teologia da complacência tão amplamente aceita entre os evangélicos dos nossos dias. De acordo com esta visão, o desejo intenso é uma evidência de incredu­lidade e prova da falta de conhecimento das Escrituras. Uma refutação suficiente desta posição é fornecida pela própria Palavra de Deus e pelo fato de que ela sempre deixa de produzir a verdadeira santidade entre aqueles que a defendem.
Portanto, duvido que uma pessoa que já recebeu aquela inspiração divina com a qual nos preocupamos aqui não tenha primeiro ex­perimentado um momento de profunda ansiedade e agitação interior. O contentamento religioso sempre é o inimigo da vida espiritual. As bio­grafias dos santos ensinam que o caminho para a grandeza espiritual sempre foi por meio de muito sofrimento e dor no íntimo. A fra­se "o caminho da cruz", embora apareça em determinados grupos com o sentido de algo muito belo e até agradável, ainda significa para o verdadeiro cristão o que sempre significou: o caminho da rejeição e da perda. Ninguém jamais gostou de uma cruz, assim como nin­guém jamais gostou de uma forca. O cristão que está à procura de coisas melhores e que, para seu temor, se viu em um estado de total desespero consigo mesmo não precisa se sentir desanimado. O desespe­ro com o ego, quando acompanhado da fé, é um bom aliado, pois destrói um dos inimigos mais poderosos do coração e prepara a alma para a ministração do Consolador. Uma sen­sação de completo vazio, de frustração e de trevas pode (se estivermos atentos e cientes do que está acontecendo) ser o fantasma no vale das sombras que leva àqueles campos frutíferos ao longe. Se não entendermos bem este princípio e resistirmos a esta visitação de Deus, podemos perder por completo todos os benefícios que um Pai celeste e bondoso tem em mente para nós. Se cooperarmos com Deus, Ele levará os auxílios naturais que nos serviram, como a figura da mãe ou de uma enfermeira, por tanto tempo e nos colocará em um lugar onde não poderemos receber outra ajuda senão a do próprio Con­solador. Ele arrancará aquela coisa falsa que os chineses chamam de "face" e nos mostra­rá o quanto arduamente somos realmente pequenos. Quando tiver acabado Sua obra em nós, saberemos o que nosso Senhor quis dizer quando disse: "Bem-aventurados os hu­mildes de espírito" (Mt 5.3).
Não se esqueça, no entanto, de que nestas disciplinas árduas não seremos abandonados pelo nosso Deus. Ele nunca nos deixará nem nos desamparará, nem ficará irado conosco nem nos reprovará. Não quebrará Sua aliança nem mudará as palavras que saíram de Seus lábios. Ele nos guardará como a menina de Seus olhos e zelará por nós como uma mãe a cuidar de seu filho. Seu amor não falhará ainda que esteja nos conduzindo a esta expe­riência tão real e tão terrível de crucificação do nosso ego, de modo que só podemos expressá-la por meio do pranto: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Sl 22.1; Mt 27.46).

O Valor da Experiência de Privação

Neste momento, procuremos manter nossa teologia neste sentido no que diz respeito a tudo isso. Não há nesta difícil privação um remoto pensamento de mérito humano.
A "noite escura da alma" não conhece um raio turvo da luz enganosa do farisaísmo. Não merecemos a unção que anelamos por meio do sofrimento, nem esta devastação da alma faz com que sejamos pessoas estimadas por Deus nem nos dá outro favor aos Seus olhos. O valor da experiência de privação está em seu poder de nos desvincular dos interesses passageiros da vida e nos lançar de volta à eternidade. Serve para esvaziar nossos vasos terrenos e preparar-nos para o infundir do Espírito Santo.
O encher-se do Espírito, portanto, exige que abramos mão do nosso ser como um todo, que nos submetamos a uma morte in­terior, que libertemos nosso coração daquele refugo adâmico que se acumulou ao longo dos séculos e abramos todos os compartimen­tos do nosso ser para o Convidado celestial.
O Espírito Santo é uma Pessoa viva e deve ser tratado como tal. Nunca devemos pensar Nele como uma energia cega nem como uma força impessoal. Ele ouve, vê e sente como qualquer outra pessoa. Ele fala e ouve quando falamos. Podemos agradar-Lhe, entristecê-Lo ou calá-Lo como podemos fazê-lo com qualquer outra pessoa. Ele responderá ao nosso tímido esforço por conhecê-Lo e virá ao nos­so encontro no meio do caminho.
Por mais maravilhosa que seja esta expe­riência ou a crise de ser cheio do Espírito, devemos nos lembrar de que isso é apenas um meio para alcançarmos algo maior: que é o andar no Espírito durante uma vida, sen­do habitado, dirigido, ensinado e fortalecido por Sua poderosa Pessoa. E para continuar, portanto, a andar no Espírito é preciso que, cumpramos certas condições. Estas nos são apresentadas nas Sagradas Escrituras e estão descritas ali para que todos vejam.


Uma Vida Cheia do Espírito

O andar cheio do Espírito requer, por exem­plo, que vivamos de acordo com a Palavra de Deus como um peixe que vive no mar. Com isso não quero dizer que devemos simples­mente estudar a Bíblia, nem que façamos um "curso" sobre a doutrina bíblica. Quero dizer que devemos "meditar de dia e de noite" na Santa Palavra, que devemos amá-la, nos deleitar com ela e digeri-la o tempo todo. Quando as atividades da vida exigem nossa atenção, podemos, todavia, com um tipo de reflexão abençoada, manter sempre a Palavra da Verdade na nossa mente.
Portanto, se agradamos o Espírito que habita em nós, todos devemos ter um bom relaciona­mento com Cristo. A obra presente do Espírito é honrar a Cristo, e tudo que Ele faz tem esta tarefa como seu principal propósito. Devemos fazer com que nossos pensamentos sejam um santuário limpo para Sua santa habitação. Ele habita em nossos pensamentos, e pensamentos desonrosos Lhe são tão repulsivos quanto uma veste suja para um rei. Sobretudo, devemos ter a disposição de fé que continuará firme por mais radical que possa ser a instabilidade de nossos estados emocionais.
A vida em que o Espírito habita não é uma edição de luxo do cristianismo que deve ser desfrutada por determinados cris­tãos extraordinários e privilegiados que, por acaso, são melhores e mais sensíveis do que o restante. Ao contrário, é o estado normal para todo homem e mulher remido em todo o mundo. E "o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória" (Cl 1.26-27). Faber, em um de seus belos e re­verentes hinos, dedicou estas maravilhosas palavras ao Espírito Santo:

Oceano, imenso Oceano que flui, Tu és
Do Amor que não teve princípio;
Estremeço em minha alma
Sinto o mover de Tuas águas.

Tu és um mar sem praia;
Tremendo e infinito Tu és;
Um mar que pode se limitar
Dentro do meu pequeno coração.


Terceira parte


O Chamado do Alto


(Autor conhecido somente por Deus)



(Autor conhecido somente por Deus)
Título do original em espanhol:
El Llamado de lo Alto
© 2002 Editora dos Clássicos
Esta mensagem foi traduzida do espanhol de um folheto encon­trado na Colômbia, sem direitos autorais, assinado por um "au­tor conhecido somente por Deus", e publicada por esta editora no livro O Homem Que Deus Usa.
Tradução: Gerson Lima
Cooperação na Redação: Paulo César de Oliveira
Todas as citações da Bíblia foram extraídas da 2a. edição da
Versão Revista e Atualizada de Almeida,
da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo outra indicação.

Se Deus tem chamado você para que seja verdadeiramente como Jesus com todas as forças de seu espírito, Ele o estimulará para que leve uma vida de crucificação e de humildade e exigirá tal obediência que você não poderá imitar aos demais cristãos, pois Ele não permitirá que você faça o mesmo que fazem os outros, em muitos aspectos.
Outros, que aparentemente são muito re­ligiosos e fervorosos, podem ter a si mesmos em alta estima, podem buscar influência e ressaltar a realização de seus planos; você, porém, não deve fazer nada disso, pois, se tentar fazê-lo, fracassará de tal modo e me­recerá tal reprovação por parte do Senhor, que você se converterá em um penitente lastimável.
Outros poderão fazer alarde de seu traba­lho, de seus êxitos, de seus escritos, mas o Espí­rito Santo não permitirá a você nenhuma des­sas coisas. Se você começar a proceder dessa forma, Ele o consumirá em uma mortificação tão profunda que você depreciará a si mesmo tanto quanto a todas as suas boas obras.
A outros será permitido conseguir grandes somas de dinheiro e dar-se a luxos supérflu­os, porém Deus só proporcionará a você o sustento diário, porque quer que você tenha algo que é muito mais valioso que o ouro: uma absoluta dependência Dele e de Seu invisível tesouro.
O Senhor permitirá que os demais rece­bam honras e se destaquem, enquanto man­tém você oculto na sombra, porque Ele quer produzir um fruto seleto e fragrante para Sua glória vindoura, e isso só pode ser produzido na sombra.
Deus pode permitir que os demais se­jam grandes, mas você deve continuar sendo pequeno; Deus permitirá que outros traba­lhem para Ele e ganhem fama, porém fará com que você trabalhe e se desgaste sem que nem mesmo saiba quanto está fazendo.
Depois, para que seu trabalho seja ainda mais valioso, permitirá que outros recebam o crédito pelo que você faz, com o fim de lhe ensinar a mensagem da cruz: a humildade e algo do que significa participar de Sua natu­reza. O Espírito Santo manterá sobre você uma estrita vigilância e, com zeloso amor, lhe reprovará por suas palavras, ou por seus sentimentos indiferentes, ou por mal-gastar seu tempo, coisas essas que parecem não preocupar aos demais cristãos.
Por isso, habitue-se à idéia de que Deus é um soberano absoluto que tem o direito de fazer o que Lhe apraz com os que Lhe pertencem e que não pode explicar-lhe a infi­nidade de coisas que poderiam confundir sua mente pelo modo como Ele procede com você. Deus lhe tomará a palavra; e se você se vende para ser Seu escravo sem reservas, Ele o envolverá em um amor zeloso que permiti­rá que outros façam muitas coisas que a você não são permitidas. Saiba-o de uma vez por todas: você tem de se entender diretamente com o Espírito Santo acerca dessas coisas, e Ele terá o privilégio de atar sua língua, ou de colocar algemas em suas mão ou de fechar seus olhos para aquilo que é permitido aos demais. Entretanto, você conhecerá o segre­do do reino. Quando estiver possuído pelo Deus vivo de tal maneira que se sinta feliz e contente no íntimo de seu coração com essa peculiar, pessoal, privada e zelosa tutoria e com esse governo do Espírito Santo sobre sua vida, então haverá encontrado a entrada dos céus, o chamado do alto, de Deus.


FIM














































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