domingo, 30 de novembro de 2008

Eleitos para a Salvação e Chamada Eficaz


Carlos R. Cavalcanti






OS ELEITOS PARA A SALVAÇÃO
E
CHAMADA EFICAZ





2007

Estudos realizados no culto de doutrina da
Igreja Evangélica Missionária no Janga
Sempre se reformando

ROBERTO, Cavalcanti R. Eleitos Para a Salvação e Chamada Eficaz. Recife. Editora CRC , 2007. 67p.
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ÍNDICE
....................................................


1. ELEITOS PARA A SALVAÇÃO....................................05
1.1 Eleitos na Eternidade..............................................................................13
1.2 Se Cristo morreu por todos, como afirmam os universalistas, por que todos não irão ser salvos?......................................................................20
1.3 O mundo pode ter vários significados. Depende do contexto em que é empregado.............................................................................................23
2. A CHAMADA EFICAZ..................................................45
2.1 Qual a importância dessa doutrina?......................................................46
2.2 Chamados pelo poder de Deus que opera em nós............................52
2.3 A certeza de que o chamado é para a salvação...................................60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS









“Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor” (1Co.1:9 – negrito nosso).










1
ELEITOS PARA A SALVAÇÃO

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“Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, assim como lhe conferistes autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste” (Jo. 17:1-2).
“Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra” (v.6).
“É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus [...]”(v.9).
“[...] Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós” (v.11b).
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (v.17).
“E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade” (v.19:8).
“Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste [...]” (v.24a).

Não é preciso ser sábio ou já ter freqüentado um curso de Teologia para entender esses versículos, basta ser nascido de Deus; os filhos de Deus ouvem e entendem a Sua Palavra (Jo.17:8) pelo Espírito Santo (cf. 1Jo.2:27) que lhes foi outorgado (Rm.5:5) . O v.6 do texto de João 17, não deixa dúvidas de que apenas os eleitos serão salvos, aqueles que guardaram a Sua palavra porque eram dEle e o nome de Deus foi revelado a eles (os eleitos) através de Cristo Jesus. Foi exclusivamente por esses que Cristo morreu. Não foi, portanto, especificamente, por cada pessoa do mundo, mas pelos que Lhe foram confiados porque eram de Deus, e não do mundo (v.14b). A “eleição” é uma doutrina bíblica rejeitada pela “Igreja Católica Romana”, porém, resgatada durante a “Reforma Protestante” do século XVI. Todas as Igrejas na época, nos seus artigos de fé, tinham a mesma opinião quanto a esse respeito: Deus elegeu para a salvação eterna, segundo o beneplácito de Sua vontade, um povo pecador, inimigo de Deus, que merecia a justa condenação, para ser instrumento de Sua bondade e misericórdia. Deixando o resto a sua própria sorte, pois, todos pecaram e afastados foram da glória de Deus. Como Ele não deve nada as suas criaturas, não tinha, portanto, a obrigação de salvar ninguém, mas aprouve a Ele salvar alguns dentre a raça caída, demonstrando Seu amor e misericórdia, porque assim foi do Seu agrado (cf. Rm.9:15-16) .
A rejeição a essa doutrina vem aumentando devido a grande apostasia que por sua vez é algo profético. Podemos constatar que esse crescimento é uma característica marcante do homem na sociedade pós-moderna, o qual, por essa razão, sente uma grande dificuldade em compreender as antigas doutrinas da graça. Por se multiplicar a iniqüidade muitos se afastou da sã doutrina por diversos motivos, os principais são: o cuidado com as coisas do mundo, a procura de doutrinas que promovam a satisfação da carne, o descompromisso com o Reino de Deus e o relaxo espiritual. Analisemos o artigo 20 da confissão de fé dos países baixos, e veremos o quanto as igrejas se desviaram da fé reformada:

Cremos que Deus, que é perfeitamente misericordioso e justo, enviou seu Filho para tomar a natureza na qual se havia cometido a desobediência, a fim de satisfazer e levar sobre ela o castigo dos pecados por meio de sua amarga paixão e morte. Assim, pois, demonstrou Deus a sua justiça contra o seu próprio Filho quando carregou sobre Ele nossos [dos eleitos] pecados; e derramou sua bondade e misericórdia sobre nós [os eleitos] que éramos culpados e merecedores de condenação, entregando seu Filho para ser morto por nós [os eleitos], movido por um mui perfeito amor, e ressuscitando-o para nossa [dos eleitos] justificação, para que por Ele tivéssemos [nós, os eleitos] a imortalidade e a vida eterna.

Sabemos, portanto, através das Escrituras, que os falsos mestres descompromissados com a palavra de salvação, e que corrompem as verdades nelas contidas, estão condenados em si mesmo (cf. Tt.3:11) . Muitas igrejas, atualmente, agem dessa forma, a fim de dar sustentabilidade às falácias arminianas, porque foi assim que suas idéias corrompidas receberam a justa condenação pelo Sínodo de Dort em que se expunha a doutrina reformada (DORT, 1618 – 19 – Editora Cultura Cristã. p11).
Um dos erros grosseiros da doutrina “arminiana” apresentada na “Remonstrânçia” e refutada no “Sínodo de Dort” foi a seguinte:

A eleição incompleta e não-definida de certas pessoas para a salvação se baseou nisto: Deus previu que elas começariam a crer, se converteriam, viveriam em santidade e piedade, de que até continuariam nisto por algum tempo. Eleição completa e definitiva de pessoas, porém, ocorreu porque Deus previa que elas perseverariam em fé, conversão, santidade e piedade até o fim. Isto é, constitui a dignidade graciosa e evangélica pela qual a pessoas que é escolhida é mais digna que outra que não é escolhida. Conseqüentemente a fé, a obediência de fé, a piedade e a perseverança não são frutos da imutável eleição para a glória. São condições e causas previamente requeridas e previstas como cumpridas naqueles que serão eleitos completamente. Só com base nestas condições ocorre a eleição imutável para a glória (DORT, Editora Cultura Cristã, ps.25, 26).

Vejamos agora de uma forma bíblica como os Teólogos reunidos no Sínodo de Dort refutaram tais heresias:


Este erro está em conflito com toda a Escritura que repete constantemente para nossos ouvidos e corações, estas e semelhantes afirmações: a eleição não [se dá] por obras mas por aquele que chama... (Rm.9:11), ... e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna; (At.13:48) ... nos escolheu nele antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis perante ele... (Ef. 1:4); não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros... (Jo.15:1, 6); ... se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça (Rm.11:6). Nisto consiste o amor; não em, que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou, e enviou o seu filho... (1Jo.4:10) (DORT, Editora Cultura Cristã, ps. 26).

O Evangelho pregado na maioria dos nossos púlpitos não exalta, nem glorifica a Deus. É um Evangelho de prosperidade material, em que uns ficam bastante ricos e o resto continua na miséria, o que é pior, sem receber o leite espiritual para o crescimento do verdadeiro crente. O povo, sedentos da palavra de Deus, ao ouvirem os mercenários da prosperidade e agiotas da fé, entra em estado de êxtase, devido aos relâmpagos, trovões e todo espetáculo empregado por esses atores que se dizem ministros do Evangelho. Quando o culto termina, os irmãos vão para casa cheios de promessas vazias e sedentos como beduínos no deserto, posto que esses mercenários são como nuvens vazias, não sai uma gota d’água . A estes que se introduzem no meio do povo de Deus com dissimulação, foram antecipadamente pronunciados para a condenação: “[...] homens ímpios, que transformaram em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Jd.4). “Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá” (Jd.11).
Esse estudo tem a finalidade de responder algumas indagações que são feitas por determinados irmãos e até mesmo por aqueles que passaram pelo curso de Teologia, mas, desejam, de coração, conhecer a verdade sobre esta tão importante e sublime doutrina: A eleição.
Os eleitos de Deus anelam por conhecê-Lo, bem como o plano de salvação que nos foi preparado antes que houvesse mundo. Se você não consegue entender essas verdades, peça sabedoria a Deus que a todos dá livremente (cf. Tg.1:5) .

1.1 Eleitos na Eternidade

Que dizer então? Israel não conseguiu aquilo que tanto buscava, mas os eleitos o obtiveram. Os demais foram endurecidos, como está escrito: “Deus lhes deu um espírito de atordoamento, olhos para não ver e ouvidos para não ouvir, até o dia de hoje (Rm.11:7 – negrito nosso).

1) A pergunta mais freqüente que ouvimos no meio evangélico a respeito da eleição está relacionada à idéia de que Deus seria injusto caso houvesse escolhido alguns para salvação e deixado os outros em sua própria perdição.

- Analisaremos uma parábola, muito conhecida, que mostra a liberdade de Deus agindo soberanamente. E Ele não é injusto como se pensa, mesmo agindo dessa forma. A bondade de Deus não pode ser medida com critérios humanos.

Porque o reino dos céus é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar trabalhadores para a sua vinha. E, tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha. Saindo pela terceira hora, viu, na praça, outros que estavam desocupados e disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e vos darei o que for justo. Eles foram. Tendo saído outra vez, perto da hora sexta e da nona, procedeu da mesma forma, e, saindo por volta da hora undécimo, encontrou outros que estavam desocupados e perguntou-lhes: Por que estivestes aqui desocupados o dia todo? Responderam-lhes: Porque ninguém nos contratou. Então, lhes disse ele: Ide também vós para a vinha. Ao cair da tarde, disse o senhor da vinha ao seu administrador: Cama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos, indo até aos primeiros. Vindo os da hora undécima, recebeu cada um deles um denário. Ao chegarem os primeiros, pensaram que receberiam mais; porém também estes receberam um denário cada um. Mas, tendo-o recebido, murmuravam contra o dono da casa, dizendo: Estes últimos trabalharam apenas uma hora; contudo, os igualaste a nós, que suportamos a fadiga e o calor do dia. Mas o proprietário, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não combinaste comigo um denário? Toma o que é teu e vai-te; pois quero dar a este último tanto quanto a ti. Porventura, não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom? Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão os últimos (porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos) (Mt.20:1-16).

A parábola fala da justiça de Deus agindo soberanamente na escolha dos que irão ser salvos: “...porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (v.16). O dono da vinha tem todo o direito de fazer o que quiser com o que é dele (v.15), porém os trabalhadores que chegaram primeiro achou que o dono da vinha era injusto por ter pago o mesmo valor aos que chegaram por último. Ele faz o que quiser com o que é seu. Da mesma forma, o Filho do homem salva a quem Ele quiser: “Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer” (Jo. 5:21). Quando Deus salva um e não o outro, não está sendo injusto, mas, justo, pois a salvação pertence a Ele. Na verdade, os olhos dos que não entendem a doutrina da Eleição, são maus porque Deus é bom e provou Seu amor para conosco tendo Cristo Jesus morrido na cruz sendo nós ainda pecadores. Ele não pode ter provado o Seu amor para conosco e no final das contas alguns desse perderem a salvação. Os que ficarão na sua própria condenação são os que não foram eleitos. Deus não é injusto por não ter elegido a todos (v.16).
A Bíblia esclarece, muito bem, que Deus escolheu pela Sua graça um povo para salvação, e Jesus Cristo na Sua oração sacerdotal pede por eles, não pelo mundo: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus [...]” (Jo.17:9). Não só o Capítulo 17 de João, mas, toda a Bíblia fala de eleição, de um remanescente fiel que irá ser salvo. No tempo de Noé, muitos pereceram, e poucos foram salvos (Lc.17:26, 27; 1Pe.3:20) . O mesmo sucedeu nos dias de Ló (Gn.19:29; Lc.17:28, 29) . Nos tempos de Elias e (Is.10:22) como afirma o apóstolo Paulo em (Rm.11; Rm.9:27). Ele aponta que nos dias dele também havia um remanescente segundo a eleição da graça (cf. Rm.11:5) . Portanto, não nos surpreende que também “no tempo atual” há um remanescente segundo essa eleição.
A Confissão de fé Batista de 1689 tem posição Calvinista a respeito da “eleição”:

Em seu propósito eterno, e de acordo com o pacto estabelecido entre ambos, aprouve a Deus escolher e destinar o Senhor Jesus, seu Filho unigênito, parta ser o Mediador entre Deus e os homens: para ser o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e Salvador de sua Igreja... Deus de toda a eternidade, Deus deu-Lhe um povo para ser sua descendência, e para que, em tempo, esse povo seja por Ele redimido, chamado, justificado, santificado e glorificado... Por sua obediência perfeita, e pelo sacrifício que fez de Si mesmo..., o Senhor Jesus satisfez plenamente a justiça de Deus, obteve a reconciliação e adquiriu uma herança eterna no reino dos céus para todos quantos foram dados a Ele pelo Pai... Cristo certamente aplica e comunica eficazmente a redenção eterna, para todos quantos Ele a obteve... (Capitulo 8, parágrafos 1, 5 e 8).

O texto de João 17:1 não deixa dúvidas, Jesus Cristo foi glorificado pelo Pai, o qual lhe concedeu autoridade sobre toda a carne “a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste”. É chegada a hora de ser consumado o que Deus havia providenciado na eternidade a favor daqueles que eram Seus. É revelado que muitos irão permanecer na perdição, ou seja, não foram eleitos para a salvação. Não podemos, todavia, pensar que entre os eleitos alguns possam vir a perder a salvação. Primeiro, porque a salvação é eterna, aconteceu antes na mente do Criador. “Eram teus” (v.6), foram dados a Cristo para que os purificassem através da obra de redenção realizada na cruz. Essa obra foi um ato único, eterno e eficaz. Portando, os que foram conferidos a Cristo Jesus alcançarão, de fato, vida eterna (v.2). Podemos pensar com toda certeza que estão seguros, principalmente porque têm um sumo sacerdote que está a destra de Deus e intercede por nós . Segundo, essa garantia também é vista no v.9: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus [...]”. Você acredita que os eleitos que foram conferidos a Cristo Jesus para vida eterna, os que Ele deseja que estejam ao Seu lado (Jo.17:24a) possam por algum motivo perder a salvação? Ensinar que os eleitos de Deus podem perder a salvação é antibíblico. Se isso fosse possível, a eleição perderia seu significado, aqueles que Deus deu a Cristo para que Lhes fossem conferido vida eterna ainda estariam perdidos. Vida eterna é justamente algo que começa em um passado eterno, foi consumado no tempo e no espaço, e permanecerá para sempre. Não podemos, no entanto, acreditar que essa salvação seja quebrada no tempo presente por algum tipo de pecado posto que nossa dívida foi paga completamente, Cristo satisfez a justiça de Deus morrendo na cruz pelos nossos pecados. Ter essa visão, de que os eleitos podem perder a salvação, é ser criança na fé. Ora, diz a Bíblia, os salvos não perdem a salvação:
Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm.8:38-39).
Como vimos, não existe nada que possa nos afastar do amor de Deus, que está em Jesus Cristo nosso Senhor. Ou ainda há algo pelo qual alguém que está em Cristo possa perder a salvação? Se existisse essa possibilidade, o sacrifício de Jesus Cristo na cruz teria sido ineficaz, contradizendo, dessa forma, as Escrituras, como por exemplo: (Hb.10:12-14; Jo.10:25-30) . Na verdade, aquele que começou a boa obra em tua vida há de concluí-la até o dia de Cristo Jesus.

2) Se foram eleitos alguns para salvação, como explicar (Jo.3:16) que diz: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”?

- Muitos insistem que Jesus morreu por todos. Se pensarmos dessa forma, estaremos descartando os textos que nos ensinam a respeito do castigo eterno e afirmando que não existe inferno, assim como a eleição. Pois, eleição significa escolher alguns dentre muitos.

1.2 Se Cristo morreu por todos, como afirmam os universalistas, por que todos não irão ser salvos?

A Bíblia afirma que “muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (Mt.22:14); “E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” (Ap.20:15); “Os perversos serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sl.9:17). Analisemos, portanto, o texto de (Jo.17).

 Em (Jo.17:1-2) na oração sacerdotal de Jesus, a vida eterna é concedida a todos os que foram dados a Cristo pelo Pai. E por que a maioria irá para o inferno? Porque todos, nesse contexto, significa os eleitos de Deus. E nem todos foram eleitos para salvação:

Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, assim como lhe conferistes autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste.
 Se Cristo morreu por todos, por que só serão salvos aqueles a quem foi manifestado o nome de Deus? “Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo” (v.6 – negrito nosso).
 Se Cristo morreu por todos, por que só serão salvos aqueles que têm guardado a “Palavra de Deus”? Sabendo que a salvação é pela fé e a fé é um dom de Deus. “Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra” (v.6 – negrito nosso).
 Se Cristo morreu por todos, por que Ele não rogou pelo mundo, mas apenas pelos que são de Deus?: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus [...]” (v.9 – negrito nosso).
 Se Cristo morreu por todos, por que Ele pede a Deus que guarde apenas os que lhes foram conferidos para a salvação?: “[...] Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós” (v.11b – negrito nosso).
 Se Cristo morreu por todos, por que todos não são “santificados na verdade”? Só os eleitos, aqueles que foram destinados à vida são os que Cristo Jesus pede para que o Pai os santifique na verdade? “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (v.17 – negrito nosso).
 Se Cristo morreu por todos, por que a vontade do Filho não é a de que “todo mundo” esteja onde Ele estiver? Mas, o desejo dEle é que só os que foram dados pelo Pai esteja com Ele: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste [...]” (v.24ª – negrito nosso).
O pensamento desenvolvido pelos arminianos a respeito da eleição é o seguinte: Os que irão se perder irão pelo fato de terem rejeitado a graça salvadora pelo seu livre-arbítrio. Em outras palavras, a salvação foi consumada por cada pessoa do mundo, encontra-se, porém, a disposição dos que quiserem aceitar ou não. Em primeiro lugar, quero esclarecer que “todo mundo” em (Jo. 3:16) refere-se, apenas, a todos os eleitos (judeus e gentios) e não a cada pessoa do mundo. Na concepção judaica, só os que cumpriam a Lei iriam para o paraíso. Na época, o “Sheó” estava divido em “Geena” e “Paraíso” e os gentios e judeus que não cumpriam a Lei iriam para o Geena. Quando o Messias viesse, só os que cumpriam a Lei ressuscitariam, todos os outros seriam deixados para trás. Por isso, “mundo” é usado em oposição a idéia de que só Eles iriam ser salvos.
Não só Jo.3:16, mas, existem outros versículos que são usados pelos universalistas a fim de apoiarem essa interpretação, afirmando que Cristo morreu por cada pessoa no mundo. Veremos que tais alegações não procedem. É falta de conhecimento bíblico. Podemos afirmar que tanto o pelagianismo quanto o arminianismo são frutos da apostasia que há de vir sobre o mundo. O mundo a que me refiro é o mundo cristão, o qual se afastou da fé reformada, pois o mundo pagão não tem do que apostatar.

1.3 Mundo pode ter vários significados. Depende do contexto em que é empregado.

Mundo – Cosmo - Universo: “[...] assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor”. (Ef.1:4 – negrito nosso)

- Mundo em Ef. 1:4 significa muito mais que o planeta terra, refere-se a tudo o que foi criado por Deus: Cosmo, Universo.

Mundo – os que ainda não haviam sido alcançados pela graça salvadora – “O mundo jaz no maligno”.

- “O mundo jaz no maligno”. O sistema mundial está estruturado na injustiça, bem como os que dele usufruem corruptamente. A palavra “mundo” neste sentido também não significa que todas as pessoas estivessem no maligno. Os eleitos de Deus, alcançados pela graça salvadora, estão em Cristo Jesus, e vivem nesse mundo. Portanto, a palavra mundo neste contexto é, também, limitada a um grupo de pessoas presas ao sistema corrompido.

Mundo – no gr. “todo mundo” – “Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda população do Império para recensear-se” (Lc.2:1).
“Toda a população do Império” – (mundo habitado – gr. Οίκουηένην) . O mundo habitado não estava resumido apenas ao Império Romano. Havia muitos países que faziam fronteira com o Império e não participaram desse recenseamento. Mundo, portanto, nesse contexto se refere ao “Império Romano” e não a cada pessoa que existia naquela época.

Mundo – os não eleitos: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (Jo.14:16, 17 – negrito nosso).
Nesses versículos o escritor diz que “o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não vê, nem o conhece [...]”, se for interpretado como os arminianos fazem com Jo.3:16, significaria afirmar que cada pessoa do mundo ainda estaria morta em seus delitos e pecados, e que o sangue de Jesus não nos purificou de toda a injustiça, justamente porque não podemos receber o Espírito da verdade. Mas, no final do versículo ele diz: “vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós”. Em (Jo.14:16-17), bem como em (Jo.3:16) mundo não significa todos literalmente, mas uma quantidade, os não eleitos. Ou seja, todos os que serão deixados em sua própria cegueira espiritual porque não podem receber o que não conhecem: o Espírito Santo.

Mundo – uma grande multidão: “De sorte que os fariseus disseram entre si: Vede que nada aproveitais! Eis aí vai o mundo após ele”! (Jo.12:19 – negrito nosso).
O mundo não seguia a Jesus, porém uma grande multidão. Nesta passagem, “mundo” é usado como força de expressão, uma hipérbole, um exagero de palavra. O mundo inteiro, no sentido literal, seguia a Jesus? Não. O sacrifício expiatório de Jesus Cristo foi pelo mundo inteiro? No sentido literal? Claro que não. Se fosse, todos seriam salvos. Algo é certo, todos os eleitos serão alcançados pela graça. Analisemos, pois, (Jo. 6:39): “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu: pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia”. Será que Cristo realizou a vontade do Pai em consumar a obra de redenção morrendo na cruz por aqueles (os eleitos) que o Pai Lhe deu (Jo.6:37)? Ele disse que desceu do céu para fazer a vontade daquele que O enviou (cf. Jo.6:38; 10:25) e a vontade daquele que O enviou é esta: “que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia” (Jo.6:39b). Em (Jo.10:28-29) está claro, os eleitos de Deus jamais serão arrebatados da mão do Pai, pois foi-lhes dado a vida eterna em Cristo Jesus.
Os salvos foram eleitos na eternidade (cf. Ef.1:4) e selados para esse fim (cf. Jo.6:27): a salvação.
Será que a vontade de Deus Pai é menor do que a vontade humana? E que o pensamento arminiano, em que se afirma poder resistir a graça Divina, é verdadeiro? A Bíblia diz que não. A graça de Deus é eficaz e irresistível , Ele mesmo afirma: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo.10:27-28 - negrito nosso).
Quando a Bíblia diz que o Espírito Santo é quem convence o homem do pecado da justiça e do juízo, significa que Ele só opera miraculosamente e eficazmente nos eleitos, quebrando a resistência e a inimizade que havia antes . É contraditório afirmar que alguém convenceu outro e não obteve o resultado esperado. Logicamente isso não teria sido um convencimento. Se Cristo salva, é porque Ele realmente dá vida a todos os que o Pai lhe deu. Da mesma forma é com o Espírito Santo, se Ele convencer é porque ouve aceitação, posto ser eficaz a Sua atuação. A Confissão de Fé de Westminster, sobre isto, nos informa que:

Seção I. – Todos aqueles a quem Deus predestinou para a vida, e somente esses, aprouve ele, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente, por sua Palavra e por seu Espírito, daquele estado de pecado e de morte, em que estão por natureza [...]” (CONFISSÃO DE FÉ WESTMINSTER. 1999: 231).

Mundo – pessoas de diversas localidades: “[...] pela palavra da verdade do evangelho que chegou até vós; como também em todo o mundo está produzindo fruto e crescendo [...]” (Cl.1:5, 6 – negrito nosso).

Nesse caso mundo refere-se ao Império Romano. O Evangelho estava sendo pregado por todo o mundo com bastante aceitação. O Império Romano era considerado de proporção mundial. Não podemos interpretar que o Evangelho tinha alcançado, de uma forma geral, todo o mundo de então. Principalmente porque a história bíblica mostra que havia países que ainda não havia sido alcançados pelo Evangelho.

Mundo – eleitos: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo.1:29 – negrito nosso).
Aqui também está se referindo aos eleitos de Deus (judeus e gentios). Se o Cordeiro tivesse feito expiação pelos pecados de cada pessoa do mundo é claro que o mundo inteiro seria salvo . Todos sendo salvos, a doutrina do inferno estaria na Bíblia sem sentido. Pois está escrito que muitos não tiveram suas vestes lavadas com o sangue do Cordeiro de Deus, ouvirão, portanto, naquele dia: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt.25:41). Esta é uma realidade que muitos irão enfrentar eternamente (eterno - gr. Anion).
“Todos”, também, em alguns contextos, referem-se aos “eleitos de Deus” (judeus e gentios) e não a todas as pessoas do mundo, como acreditam alguns arminianos.
É falso afirmar que Cristo consumou uma obra expiatória pelos nossos pecados (cf. 2Co.5:19) e colocou a disposição de pessoas mortas nos seus delitos e pecados para que elas pudessem escolher ou rejeitar a vida. O texto de (Dt.30.19) é interpretado pelos arminianos como se os israelitas pudessem escolher a vida, porém, eles escolheram a morte. Por que não escolheram a vida? Justamente porque a Lei gera consciência de pecado , e não vida. Se a Lei gerasse vida não era preciso outra Aliança . A Bíblia diz que foi Cristo Jesus quem nos deu vida: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Ef.2:1). A salvação, portanto, pertence ao nosso Deus, foi dada autoridade ao Filho para consumar a obra de redenção e dar vida eterna a todos os eleitos de Deus:
Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, assim como lhe conferistes autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste (Jo. 17:1-2).
Em João 17:1-2, está escrito que a vida será dada aos eleitos de Deus. Não é como afirmam alguns arminianos: “algo consumado e colocado a disposição de quem quisesse”.
Temos muitos versículos que corroboram com o pensamento reformado (bíblico) afirmando que o homem não tem capacidade de escolher a Deus, de decidir se O aceita ou não. Estávamos mortos nos nossos delitos e pecados e fomos, portanto, objeto da Sua graça e do Seu amor. Vejamos alguns desses versículos:
Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça [...]” (Jo.15:16); “Havendo grande debate, Pedro tomou a palavra e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que, desde há muito, Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho e cressem” (At.15:7); “[...] assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef.1:4-5). “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade (2Ts.2:13 – negrito nosso).
Como vimos, a salvação é incondicional , é dada aos eleitos sem que eles possam resistir. “Pois quem jamais resistiu à sua vontade?” (Rm.9:19). Se a salvação estivesse a disposição da humanidade ninguém teria a capacidade de alcançá-la, visto que todos estão mortos espiritualmente, são inimigos de Deus (Rm.5:10) . Todas as suas faculdades estão corrompidas pelo pecado sendo os seus desejos o de fazer a vontade do diabo (cf. Jo.8:44) e não a de Deus. Inimigos da Cruz de Cristo (cf. Fl.3:18) , destinados a perdição (cf. Fl.3:19) .
3) Segundo os ensinamentos arminianos, Deus elegeu conforme Sua presciência. Ou seja, Ele elegeu ou predestinou aqueles a quem previu que teriam fé e se arrependeriam. Isso é o que vem sendo ensinado na maioria das igrejas.
- Muitos estão sendo ensinados dessa forma. É uma doutrina corrompida de origem pelagiana que rouba a glória da Deus, isso é muito perigoso. É importante salientar que a salvação pertence ao nosso Deus: “Do SENHOR é a salvação, e sobre o teu povo, a tua bênção” (Sl.3:8). “Ao SENHOR pertence a salvação!” (Jn.2:9). O homem não contribui para que a eleição o alcance. É algo que pertence ao SENHOR.
Quem são os verdadeiros eleitos? Alguém pode responder? Só Ele sabe, pois, conhece a real intenção do nosso coração . Isso não quer dizer que Ele nos elegeu devido a esse conhecimento prévio. Não, Ele nos elegeu porque fomos instrumento do Seu amor sem que houvesse nada de bom, de virtuoso em nós que O inclinasse a fazer tal escolha. Fomos, como já disse, alvo da Sua graça, do Seu poder, do Seu infinito amor; o motivo pelo qual nos escolheu em Cristo, eu não sei. Acredito que nem na eternidade saberemos.
Se fossemos escolhidos porque Deus previu que iríamos crer, isso não seria eleição de Deus, e sim, nossa. Nós escolheríamos a Deus, iríamos até Ele através das nossas próprias obras. Todavia, Ele diz: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” [...] (Jo.15:16). Judas foi escolhido como vaso de desonra para que se cumprissem as Escrituras . Não foi o contrário. Jesus não foi pego de surpresa, nem o conheceu porque viu que ele iria agir daquela forma, como um diabo (opositor), mas porque isso foi decretado na eternidade conforme o Seu propósito, para acontecer, no tempo estabelecido pelo Eterno, sem que Judas pudesse mudar aquela situação. Em (Jo.17:12) ele é chamado de filho da perdição, o que significa, em ultima análise, que nasceu para que através da sua atitude “se cumprisse a Escritura”. Vemos a soberania de Deus quando Ele diz que nem um dos Seus discípulos se perdeu “exceto o filho da perdição”.
Como todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus, encontram-se mortos nos seus delitos e pecados sob a ira de Deus. Portanto, todos mereciam a justa condenação: a morte eterna. Contudo, aprouve, pois, a Ele, salvar alguns dentre a humanidade caída pelo Seu infinito amor, mostrando assim sua misericórdia para com esses sem que houvesse mérito em nenhum deles; foi pela graça mediante a fé, não pelas obras para que ninguém se gloriasse.
A própria Bíblia mostra que a teoria arminiana é um desvio da sã doutrina (apostasia). Se a eleição fosse devido a algo bom que existisse em alguns homens, a salvação não seria pela graça, mas pelas obras. Os judeus religiosos pensavam que seriam salvos pelas obras da Lei, e Jesus disse-lhes: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo.6:44). Só se entende essas palavras pelo Espírito de Deus. Muitos judeus incrédulos rejeitaram a mensagem de Jesus Cristo e disseram: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” (Jo.6:60). Respondeu Jesus: “Isso vos escandaliza?” (Jo.6:61b). Jesus pergunta aos Seus discípulos se eles queriam ir embora também, como fizeram os incrédulos: Os discípulos entenderam a mensagem pela fé e responderam: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo.6:68). Eles creram e entenderam que Jesus era o Messias o Santo de Deus. Jesus disse depois dessas declarações que os discípulos foram escolhidos por Ele (cf. Jo.6:70) . Os que não foram, deixaram de andar com Ele por causa da doutrina que os escandalizavam .
Ainda hoje, essa palavra, quando exposta de forma genuína escandaliza os que não foram “destinados para a vida eterna” .
4) Até os que se dizem Teólogos fazem essa pergunta absurda: “Se Deus elegeu alguns para a salvação e reprovou os outros, por que evangelizar se os eleitos vão ser salvos de qualquer forma?”
- A Palavra de Deus não diz isso! Lutero, Calvino e os reformados nunca pensaram dessa forma. Esse argumento é falho, para não dizer ridículo. Na verdade, ele tem o objetivo de macular a doutrina da eleição.
Fomos chamados para levar as boas novas de salvação a toda criatura, não sabemos, portanto, quem são os eleitos de Deus, só sabemos que no momento certo, só eles responderão ao chamado de Deus através da instrumentalidade da Sua Palavra: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc.16:15-16). Os que não foram eleitos para salvação não poderão crer. Permanecerão mortos nos seus delitos e pecados e serão deixados na sua própria incredulidade. O apóstolo Paulo nos esclarece o motivo:

[...] porque, tendo o conhecimento natural de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis (Rm.1:21-22).

A fé, dos eleitos, vem através da pregação da Palavra. O apóstolo Paulo mostra que o remanescente em Israel, na sua época foi chamado dessa forma:
Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas! Mas nem todos obedeceram ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação? E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo (Rm.10:13-17).
O que me deixa estarrecido e bastante triste, é o fato de que muitas “igrejas” estão lançando dúvidas com pensamentos equivocados a respeito da eleição. Portanto, estão pregando um Evangelho diferente para seus fiéis, adulterando a Palavra de Deus. Todavia a Escritura afirma categoricamente que tais pessoas quando admoestadas e permanecem irredutíveis são pecadoras, estando condenadas em si mesmas. Vejamos o que diz os versículos a respeito dos que rejeitam a palavra da verdade:
Quanto àquele que provoca divisões, advirta-o uma primeira e uma segunda vez. Depois disso, rejeite-o. Você sabe que tal pessoa se perverteu e está em pecado; por si mesmo está condenada (Tt.3:10, 11).
Em nossos dias, doutrinas contrárias a ortodoxia continua com o mesmo espírito faccioso dilacerando o Corpo de Cristo (a Igreja). Certifique-se! Analise a Confissão de fé Reformada e os Cânones de Dort e procure ver as confissões que estão sendo usadas atualmente pelas igrejas arminianas! Não faça um juízo antecipado do calvinismo sem primeiro analisar a Bíblia e suas doutrinas como os reformadores na Europa e os puritanos na Inglaterra fizeram. Tenho observado que a maioria dos que fazem críticas ao calvinismo nunca leu nada sobre Calvino, e desconhece completamente a fé reformada. Como poderão entender se nunca leram nada? O eunuco estava lendo o texto de Isaias, porém, ele estava entendendo? Claro que não! Foi preciso Filipe explicar conforme está escrito no livro de Atos 8:26-40).









2
CHAMADA EFICAZ
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Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou (gr. καλέσαντος = kalessantos) das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe.2:9 – negrito e parêntese nosso).

M
uitos benefícios são concedidos aos homens, ou seja, de uma forma geral o SENHOR derrama suas bênçãos sobre justos e injustos. Porém o Espírito de Deus, conforme ensina a Escritura, no Pacto da Graça, assegura eficazmente a salvação dos eleitos de Deus que serão chamados segundo o Seu poder (cf. Ef.1:19) que opera naqueles que foram dados ao Filho (cf. Jo. 17: 2) . Essa Graça ou chamada eficaz atua exclusivamente nos que foram escolhidos desde o princípio para a salvação mediante o Evangelho (cf. 2Ts.2:13, 14) .

2.1 Qual a Importância Dessa Doutrina?
Ela enfatiza o amor, a justiça e a fidelidade de Deus no plano de salvação, visa exclusivamente glorificá-Lo, pois tudo que recebemos provém dEle . Portanto, devemos preservar e cuidar para que a mesma não seja esquecida por todos aqueles que se dizem cristãos. É verdade que a igreja está em crise, posto que o genuíno Evangelho não tem sido pregado, principalmente, pelas igrejas que se afastaram da fé reformada. Por isso devemos preservar a unidade doutrinária, armando-nos contra os inimigos da fé, como fizeram os apóstolos . Pois, essa maravilhosa doutrina foi corrompida principalmente pelos pelagianos e arminianos. Vejamos primeiro como acreditam os reformados e depois como o arminianismo torceu a verdade:

Outros que são chamados pelo ministério do Evangelho vêm e são convertidos. Isto não pode ser atribuído ao homem, como se ele se distinguisse por sua livre vontade de outros que receberam a mesma e suficiente graça para fé e conversão, como a heresia orgulhosa de Pelágio afirma. Mas isto deve ser atribuído a Deus: como Ele os escolheu em Cristo desde a eternidade, assim Ele os chamou efetivamente no tempo. Ele lhes dá fé e arrependimento; Ele os livra do poder das trevas e os transfere para o reino de seu Filho. Tudo isso Ele faz a fim de que proclamem as grandes virtudes daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz e se gloriem, não em si mesmos, mas no Senhor, como é o testemunho geral dos escritos apostólicos (Cl.1:13; 1Pe.2:9; 1Co.1:31) (DORT, Editora Cultura Cristã, 1618 – 1619. p.37, 38 – negrito nosso).
Todos aqueles a quem Deus predestinou para a vida, e somente esses, aprouve ele, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente, por sua Palavra e por seu Espírito, daquele estado de pecado e de morte, em que estão por natureza, à graça e salvação por meio de Jesus Cristo (Seção I. VOCAÇÃO EFICAZ. Confissão de Fé WESTMISNTER – 1646 – negrito nosso).

Esse era o pensamento das igrejas contido nas confissões de fé. Pensamento fundamentado nas Sagradas Escrituras em que o SENHOR é exaltado pelos Seus maravilhosos feitos, como afirmam os Cânones de Dort e as Confissões das Igrejas Reformadas.

Assim como muitos livros neo-testamentários foram escritos, principalmente, para combater certas heresias que surgiam na igreja nascente, como é o caso do gnosticismo e dos judaizantes, houve também a necessidade dos pais da igreja sustentarem o mesmo testemunho dos apóstolos escrevendo contra os que procuravam infamar o caminho da verdade. Da mesma forma, surgem os credos e as confissões com o objetivo de preservar as verdades que foram transmitidas aos eleitos. Porque como diz A. A. Hodge:

“[...] em todas as ocasiões surgiram hereges pervertendo as Escrituras, exagerando certos aspectos da verdade e negando outros igualmente essenciais, e assim, com efeito, transformaram a verdade de Deus em mentira” (CONFISSÃO DE FÉ WESTMISNSTER. Editora os Puritanos, 1999. p.22).

A Confissão Belga afirma que a Bíblia é suficiente para a nossa salvação revelando tudo que é necessário para o crescimento espiritual dos que são chamados para a vida. No seu artigo 7 ela diz: “Cremos que esta Sagrada Escritura contém perfeitamente a vontade de Deus e suficientemente ensina tudo o que o homem deve crer para ser salvo (2Tm.3:16-17; 1Pe.1:10-12) ”. Todos os Credos e Confissões são de valor unicamente na medida em que estão de comum acordo com as Escrituras, tendo sidos elaborados e definidos pela igreja que tem autoridade para isso.

Vejamos agora como a verdade foi transformada em mentira:
Um caso de corrupção doutrinária é “A Remonstrância” (pleito, pedido) conhecido como os “cinco pontos arminianos” em que o quarto ponto, refutado pelos teólogos calvinistas, diz que a “Graça pode ser rejeitada”:

Graça e livre vontade são as causas parciais que operam juntas no início da conversão. Pela ordem destas causas a graça não precede à operação da vontade do homem. Deus não ajuda efetivamente a vontade do homem para sua conversão, enquanto a própria vontade do homem não se move e decide se converter (Heresias refutadas: p.45 – Sínodo de Dort entre 1618 – 1619).

Analisaremos, pois, os versículos bíblicos que confirmam a eficácia da Graça salvadora que opera pelo poder de Deus na vida dos que foram eleitos na eternidade para a salvação, pela santificação do Espírito (cf. 2Ts.213) .

2.2 Chamados pelo Poder de Deus que Opera em Nós.

“[...] e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder [...]” (Ef.1:19 – negrito nosso).

Certo dia, ao ouvir um hino que dizia, “Só depende de você. Que Deus muda esse quadro, só depende de você. Olha só o seu estado! Depende de você que Ele muda de uma vez a sua vida”. Terminado o hino, como era culto de doutrina tive, como pastor, a responsabilidade de explicar, com maiores detalhes, que hinos como o que foi cantado, não bendiz ao SENHOR, ao contrário, roubam-Lhe a glória. Posto que a salvação pertence Ele. Não precisando, portanto, de permissão para derramar o Seu Espírito Santo sobre os que foram escolhidos desde toda eternidade. Deus é poderoso, em (Jo:17:1-2) lemos: “[...] assim como lhe conferistes autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste”. Jesus cumpriu a vontade do Pai expiando todos os pecados daqueles que foram predestinados para salvação em Cristo Jesus. Mesmo assim, muitas pessoas bem intencionadas, porém erradas, dizem que Jesus Cristo pede permissão para dar vida aqueles que estão mortos nos seus delitos e pecados (cf. Ef.2:1) . Muitas frases que ouvimos diariamente nos programas Evangélicos através dos canais de televisão são como estas: “Para que Deus possa abrir a porta do Reino, é preciso que você queira”. “Deus não faz nada a não ser que você permita, Ele precisa do nosso consentimento”. Geralmente esses pregadores estão na mídia e são as estrelas do culto. Ensinar essa forma deteriorada e corrompida de evangelho, é simplesmente uma heresia. A Bíblia nos alerta quanto ao perigo que elas representam. O apóstolo Paulo escreve a Tito como a verdadeiro filho, segundo a fé que era comum aos eleitos a fim de abrir-lhes os olhos a respeito de falsas doutrinas que estavam surgindo no seio da igreja: “Evita o homem faccioso , depois de admoestá-lo primeira e segunda vez, pois sabes que tal pessoa está pervertida, e vive pecando, e por si mesma está condenada” (Tt.3:10-11). Em outras versões diz que está condenada em si mesmo.
O que a Bíblia ensina a respeito da salvação é totalmente diferente do que a maioria das igrejas (que se afastaram da fé reformada) estão oferecendo atualmente. Não sou contra uma igreja cheia e que está em crescimento, mas fico triste com uma igreja sem qualidade espiritual, que não cresce no conhecimento da palavra de Deus, iludindo os fiéis com falsas promessas de prosperidade e de poder espiritual. O que estão oferecendo atualmente para manter as igrejas cheias é justamente aquilo que as pessoas do mundo buscam, uma satisfação imediata, e um culto em que a palavra de Deus não tem um lugar primordial, porém, um show é oferecido com o intuito de agradar aos ouvintes e prendê-los, muitas vezes, pelas falsas profecias, manifestações de curas milagrosas e o dom de línguas. A palavra quando é pregada nesses locais é adulterada. Por isso a Bíblia relata que muitos um dia irão ouvir diante do Trono de Deus, no julgamento final: Afastai-vos de mim malditos para o fogo eterno que está preparado para o diabo e seus anjos.
O que a Bíblia ensina sobre o que deve ser pregado nos púlpitos a respeito da nossa eleição em Cristo Jesus? Eleição confirmada através da chamada eficaz. Os que foram chamados “segundo a força do seu poder” (Ef.1:19) perseverarão até o fim, não pela sua própria força, mas devido a Cristo Jesus que está assentado a destra do Pai e intercede por nós. Isso é ensinado nos púlpitos atualmente? Não! Portanto, como disse Jesus a Nicodemos: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (Jo.3:8). Isso significa que o homem não nasce da vontade da carne, mas do Espírito que sopra especificamente sobre os eleitos dando-lhes vida eterna. Se não for o poder de Deus que opere de forma milagrosa nos que estão mortos espiritualmente, eles não terão desejo de vir a Cristo para terem vida, posto estarem mortos nos seus delitos e pecados. Quando Jesus diz: “Eu vos dei vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Ef.2:1). Significa que não temos essa capacidade de nos mover nesse sentido (em direção a Deus). Não depende de você! “Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm.9:16). Não tem para onde correr! Só os eleitos serão salvos .
Você percebe que ao ouvir as boas novas de salvação alguns crêem e a maioria rejeita? Será que essa rejeição é devido a liberdade de escolha que os arminianos pensam possuir? Decidindo entre a vida e a morte? Com toda a certeza, não! Calvino diz que o espantoso poder de Deus se manifesta quando somos trazidos da morte para a vida; éramos filhos do inferno, somos, portanto, transformados em filhos de Deus e herdeiros da vida eterna .
Outro comentário importante a respeito do poder de Cristo, que opera eficazmente nos eleitos, atraindo-os a Si, encontra-se no comentário de Efésios de John Stott que diz:

É em função da ressurreição de Cristo dentre os mortos e sua entronização sobre os poderes do mal que ele se tornou o cabeça da igreja. A ressurreição e a ascensão eram demonstrações decisivas do poder divino. Pois se há dois poderes que o homem não pode controlar, mas que pelo contrário, sobre ele exercem domínio, são a morte e o mal. O homem é mortal. Não pode evitar a morte. O homem está caído. Não pode vencer o mal. Deus em Cristo, porém, derrotou a morte e o mal e, portanto, pode nos salvar de ambos (2001: 34).

A salvação é exclusivamente obra de Deus, o homem não contribui com coisa alguma. Um morto não pode dar um passo para a vida a não ser que haja uma intervenção Divina, pois só Jesus, que venceu a morte e despojou todo principado e potestade, tem poder para nos salvar da morte eterna.
Alguém pode até pensar: “Ora! Se Deus é bom, com toda certeza, Sua Graça alcançará a todos, pois Deus não faz “acepção” de pessoas, a maioria, na verdade, não aceita porque resiste a Graça pelo seu livre-arbítrio.
Esse pensamento cai por terra quando consideramos uma premissa: “Segundo a eficácia da força do seu poder”. Se é pela força do Seu poder, que opera em nós, com a qual Cristo foi levantado dentre os mortos, quebrando as cadeias que nos prendiam ao pecado, como poderemos afirmar a resistência a Graça salvadora do nosso Deus? Resistir a vontade soberana do Senhor significa afirmar que o Seu poder é limitado a vontade humana. E a Bíblia é taxativa ao afirmar que ninguém resiste a vontade de Deus.
2.3 A Certeza de que o Chamado é para a Salvação.

Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou (Rm.8:29-30 – negrito nosso).

O chamado que o apóstolo usa freqüentemente não é aquele em que se pode decidir se deseja ir ou não. É realmente um chamado eficaz para a salvação . O texto de (Rm.8:29-30) esclarece muitas coisas principalmente a questão do “chamado eficaz” para a salvação. Notemos que há uma ordem que se fecha no cumprimento do propósito eterno de Deus que é a salvação do Seu povo. E o apóstolo começa afirmando que Deus conheceu, predestinou, chamou, justificou e glorificou. Aqui forma-se uma corrente inquebravel cujo final é a glorificação completa. Também, fica evidente que os eleitos, os quais Ele conheceu de antemão, não perdem a salvação; serão chamados eficazmente, no tempo determinado, porque foram predestinados, e porque foram predestinados terão a garantia da glorificação final.

Conheceu. (κλητοις = cleitois: chamado, convocado) .
Os arminianos interpretam essa passagem da seguinte forma: Deus conheceu de antemão aqueles que teriam fé em Cristo Jesus para a salvação. Assim sendo, baseado nessa fé desenvolvida pelo próprio homem, Ele decidiu predestinar para a vida eterna aqueles que iriam exercê-la. Todavia, as “Igrejas Protestantes” rejeitam essa interpretação, fruto das idéias humanistas, principalmente porque a fé é um dom de Deus e Ele dá a quem quiser. Não é o homem que produz a fé, é Deus:

[...] graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor. Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude [...] (2Pe.1:2-3);

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus (Ef.2:8);

Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele (Fl.1:29);

E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido (Jo.6:64).

Ao contrário do que os arminiamos pensam, o “conhecimento” de Deus ou sua “presciência” está relacionado com Seu decreto eterno a respeito da eleição da graça , ou seja, Ele previu o que faria na vida dos eleitos . Comentando o v.29 Calvino afirma:

[...] este conhecimento depende do beneplácito divino, visto que, ao adotar aqueles a quem ele quis, Deus não teve qualquer conhecimento antecipado das coisas fora de si mesmo, senão que destacou aqueles a quem propôs eleger (2001: 306).

Anthony Hoekema tem a mesma opinião ao afirmar que “o chamado é mencionado no mesmo fôlego que a eleição” (2002: 92). O pensamento de Calvino é extraordinário. Ele diz que o conhecimento prévio de Deus não é um mero conhecimento do que irá acontecer, como imaginam alguns neófitos, mas, significa a adoção pela qual os réprobos são distinguidos dos Seus eleitos .




CONCLUSÃO
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Como vimos, na Palavra de Deus, ninguém merecia a salvação. Todos pecaram e afastados estão da glória de Deus e o salário do pecado é a morte. Assim sendo o Deus eterno e santo mostra sua justiça punido o pecado no homem. Todavia, aprove a Ele não só mostrar o Seu poder nos vasos de desonra preparados para a perdição, como também mostrar Seu amor e misericórdia salvando alguns dentre a humanidade caída para o louvor da Sua glória.
Agindo assim, Ele não está sendo injusto para com os que são deixados nas suas próprias maldades. Pois, ninguém tinha o direito à salvação. Não foi por méritos de obras que os eleitos foram chamados à vida eterna, foi escolha daquele que chama segundo a Sua boa vontade.






















REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA, 1999.

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo. Editora Cultura Cristã, 2001. 720p.

CALVINO, João. Romanos. São Paulo. Editora Parakletos, 2001. 534p.

GREGOR, Wright. R. K. Mc. A Soberania Banida: Redenção para a cultura pós-moderna. São Paulo. Editora Cultura Cristã, 1998. 263p.

HENDRIKSEN, William. Romanos: Comentário do Novo Testamento. São Paulo. Editora Cultura Cristã, 2001. 704p.

HOEKEMA, Anthony. Salvos Pela Graça: A Doutrina Bíblica da Salvação. São Paulo. Editora Cultura Cristã, 2002. 285p.

JAMES, Kennedy D. Verdades que Transformam: doutrinas cristãs para sua vida de hoje. São Paulo. Editora Fiel, 2005. 296p.

LLOYD-JONES, Martyn. Salvos Desde a Eternidade. São Paulo. Editora PES, 2005. p.89. 208p.

OWEN, John. Por Quem Cristo Morreu. São Paulo. Editora PES, 1996.

OS CÂNONES DE DORTE. São Paulo. Editora Cultura Cristã. 64p.

WILBUR, Gingrich F. / DANKER, Frederick W. LÉXICO do Novo Testamento: grego / português. São Paulo. Editora Vida Nova, 2007. 228p.

WESTMINSTER, Confissão de fé. Comentada por A. A. Hodge. Editora os Puritanos, 1999. 596p.



DO MESMO AUTOR:

 Apocalipse: As sete igrejas da Ásia. Uma interpretação histórica.

 Quem matou Allan Kardec?

 As Principais Festas Judaicas.

 Violência e Santidade no Antigo Testamento.

 Reencarnação ou Ressurreição quem está com a razão?

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 Usos e Costumes dos Judeus em Pernambuco.

 Soteriologia: As doutrinas da salvação.

 A Soberania de Deus e o Livre-Arbítrio.

 O Sermão do Monte e os Frutos do Espírito: Como viver uma vida de santidade.


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