quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Soteriologia: A doutrina da Salvação - A Atuação do Espírito Santo na Obra de Redenção


Carlos R. Cavalcanti





SOTERIOLOGIA
A doutrina da salvação





2007




CAVALCANTI, Carlos R. Soteriologia: A doutrina da salvação. Recife. Editora C R C. 2007. 60p.
Conteúdo: Doutrinário-Teológico. Todos os direitos reservados. Proibido a reprodução por quaisquer meios, salvo em breves citações com indicação da fonte.




ÍNDICE

SOTERIOLOGIA
A DOUTRINA DA SALVAÇÃO
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INTRODUÇÃO


CAPÍTULO 1

A PESSOA E A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

1.1 A REVELAÇÃO PROGRESSIVA DO ESPÍRITO
SANTO...................................................................13

1.1.1 O Espírito Santo e Sua atuação no AT....................14

1.1.2 O Espírito Santo e a Encarnação do Verbo de
Deus.....................................................................17

1.1.3 O Espírito Santo e o Ministério de Jesus..............18
1.1.3.1 Jesus no poder do Espírito Santo.......................20



CAPÍTULO 2

2.1 A DISPENSAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO.............23

2.1.1 O Espírito Santo no Pentecostes.......................24
2.1.1.1 A promessa é para todos...................................26
2.1.1.2 O Espírito Santo Desce Sobre os Gentios.........27
2.1.1.3 As línguas no Novo Testamento........................30

2.1.2 Os ofícios do Espírito Santo...............................37
2.1.2.1 O Fruto do Espírito.............................................38

CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

























INTRODUÇÃO
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16. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, 17. o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós (Jo.14:16-17);

26. [...] mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito (Jo.16:26).


A soteriologia trata da obra redentora de Cristo e aborda sobre a atuação do Espírito Santo, o qual torna real no homem o que Cristo proveu na cruz do Calvário. Estudaremos, portanto, nos capítulos I e II o ministério do Espírito Santo, enfatizando o progresso da revelação, em que Ele é o agente revelador, e a Sua dispensação após o Pentecostes.
O Espírito Santo participou da obra da criação juntamente com Cristo, teve atuação importante na “Antiga Aliança”, porém Seu ministério começou no Pentecostes, depois que Jesus ascendeu ao céu (At.2:1-4), era preciso que Ele fosse para poder enviar o Consolador[1]. João Batista profetizou que Jesus batizaria com o Espírito Santo (Mc.1:8[2]; Jo.1:33); Jesus confirmou em (Jo.14:16, 18, 23, 26)[3] e cumpriu-se justamente como estava escrito no Antigo Testamento: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões” (Jl.2:28).
O batismo com o “Espírito Santo” é uma primeira obra da graça[4]. Os reformados estão de comum acordo que o batismo com ou no Espírito Santo acontece no momento da conversão em que o pecador justificado pela fé é introduzido ao corpo de Cristo, a igreja: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em (eiz) um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1Co.12:13 – Bíblia de Estudo Shedd, 1997 - negrito e parêntese nosso). O batismo com o Espírito Santo é a garantia da nossa salvação, se alguém não é batizado no Espírito Santo esse alguém não é salvo ainda[5]. Ninguém pode dizer que é filho de Deus sem ser batizado no Espírito de Deus, assim como ninguém pode dizer: “Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo” (1Co.12:3), também não se pode dizer que nasceu do Espírito Santo, sem ser batizado por Ele. Trataremos, historicamente, da questão da segunda obra da graça sem deixar de salientar que a mesma foi motivo de divisões e de muita crise espiritual no meio evangélico em que pessoas querendo ser batizadas, à procura dessa experiência, frustraram-se, por não conseguirem, justamente porque aqueles que estão em Cristo já são batizados com o Espírito Santo, precisam apenas é de um transbordar desse Espírito. Hulse alerta-nos quanto a esse perigo:

A maior causa de divisão que se possa imaginar é negar este ensinamento, dividindo o corpo de Cristo em duas categorias; aqueles sobre os quais é dito terem o Espírito Santo adequadamente, mediante uma determinada experiência, e os que não têm tal experiência (1995. p.22).

Como estou introduzindo os capítulos, quero aproveitar para dizer que trataremos de um assunto no qual temos convivido diariamente no meio evangélico. São muitos os debates a respeito desse assunto, portanto, é de respeitável importância tanto para o meio acadêmico quanto para a vida espiritual de todo o cristão que busca o verdadeiro conhecimento das doutrinas bíblicas, pois devemos ter compromisso com a verdade revelada, e não com determinadas instituições que subjugam o homem a fim de torná-lo um alienado impotente, reproduzindo o pensamento que eles (os líderes) querem. Temos que engolir o que esses lideres querem? Somos seres racionais! Pensamos e sabemos o que pensamos. Temos a Bíblia agora! E a Reforma foi uma volta a “Sola Scriptura”. Isso também não quer dizer que as doutrinas das Igrejas nos torne insensíveis e percamos o primeiro amor devido ao zelo excessivo, assim como a Igreja de “Éfeso”. Odiava as obras dos “nicolaítas”, mas perdeu o que é de mais essencial: o amor. Sem ele, somos como sinos que soa: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras: e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap.2:4-5). Jorge Henrique Barros escreveu no primeiro capítulo de Uma Igreja Sem Propósito:

A essência aqui é o amor solidário. Uma importante advertência é necessária: não podemos valorizar um aspecto em detrimento de outro. Tanto o amor quanto a seriedade doutrinária são importantes. “A exortação para recuperar o primeiro não implica relaxamento doutrinário” (Ladd, 1980: 32). Doutrina sem amor corre o risco de assumir uma rigidez dogmática, na qual as pessoas passam a ser menos importantes. E, de fato, de quantas experiências, histórias e situações ouvimos falar, ou conhecemos pessoalmente, em que indivíduos são descartados em nome da doutrina. Joga-se a pessoa fora preferindo-se ficar com a doutrina” (BARROS, 2004. p.24).

Ele ainda acrescenta que uma “doutrina sem amor é legalismo. Amor sem doutrina é frouxidão e relaxo”. Quantas pessoas têm sido vítimas desses abusos! Líderes comprometidos com um “poder” que está acima dele, sem ser o poder Divino, massacra o povo de Deus em nome de uma fidelidade cega ao próprio homem. Ao invés de servirem a Deus, estão servindo ao seu próprio ventre, preferindo obedecer aos seus líderes corruptos e não ao seu Criador. Jesus tem algo para vocês líderes, que dizem que têm paixão pelas almas perdidas e jogam, insensivelmente, fora aqueles a quem Deus escolheu, como se fossem os donos da Igreja. O conselho para a igreja e os seus líderes: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap.2:5). Ou seja, transforma tua maneira de pensar e de agir se não o julgamento virá.
Pessoas que conhecem as antigas doutrinas da graça, mas negam essas verdades porque estão presas nos seus guetos denominacionais. Servimos a Deus ou ao homem? O conhecimento da palavra de Deus liberta. A Reforma Protestante foi um movimento direcionado pela vontade de Deus; Lutero ao estudar a Bíblia (nas línguas originais grega e hebraica) descobriu verdades imutáveis e não poderia negar tão grandes descobertas. Mesmo diante da morte, ele preferiu enfrentar os poderosos, muito embora as condições fossem de morte. Quem conhece a verdade e nega, seria melhor que as não tivessem conhecido.






























“Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo” (Gl.6:14).

















CAPÍTULO 1
A PESSOA E A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
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1.1 A REVELAÇÃO PROGRESSIVA DO ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo de Deus, a terceira Pessoa da “Santíssima Trindade”, sempre esteve presente e operante tanto na obra da criação como na de redenção. No princípio Ele estava com Deus e agitava as águas do abismo como relata o texto da Bíblia de Jerusalém: “Ora, a terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o abismo, e um sopro de Deus agitava a superfície das águas” (Gn.1:2 – grifo nosso). Já a tradução João Ferreira de Almeida diz: “A terra, porém, estava sem forma e vazia: havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (Gn.1:2 – grifo nosso). O “huah” poderia ser traduzir por “grande vento” e é mencionado pela primeira vez aqui. Sua revelação foi progressiva, principalmente porque o homem não estava preparado para compreender o que ainda não tinha capacidade de assimilar. Como poderia entender um Deus Triúno, uma nação monoteísta, vivendo cercada de pagãos politeístas. Embora o Espírito Santo tendo uma atuação marcante e preparatória em toda história da revelação, somente a partir do Pentecostes é que Ele age de forma definitiva, plena e abrangente sobre toda terra, vivificando, convencendo os eleitos do pecado, da justiça e do juízo.

1.1.1 O Espírito Santo e Sua atuação no Antigo Testamento

Em (Gn.1:2)[6], encontramos a primeira referência ao “huah” (vento de Deus) soprando sobre o abismo; em (Gn.2:7)[7], o “huah” é o Espírito de Deus dando o fôlego de vida, e o homem que havia sido criado por Deus passa a ser alma vivente; o Espírito Santo é de uma forma geral quem gera e sustenta a vida: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida” (Jó.33:4), “Se ocultas o rosto, eles se perturbam; se lhes cortas a respiração, morrem e voltam ao seu pó. Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra” (Sl.104:29, 30); o Espírito Santo, diz a Escritura, vinha sobre os juízes capacitando-os a agirem poderosamente: “Veio sobre ele o Espírito do SENHOR, e ele julgou a Israel; saiu à peleja, e o SENHOR lhe entregou nas mãos a Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia, contra o qual ele prevaleceu” (Jz.3:10); o Espírito do Todo-Poderoso dava sabedoria ao homem e Jó tinha convicção dessa realidade quando afirmou: “Na verdade, há um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz sábio” (Jó.32:8); o Espírito Santo também capacitou os artistas para que desempenhassem um papel importante na construção do Tabernáculo e dos adornos das vestes sacerdotais: “[...] e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício [...]” (Êx.31:3); “Falarás também a todos os homens hábeis a quem enchi do espírito de sabedoria, que façam vestes para Arão para consagrá-lo, para que me ministre o ofício sacerdotal” (Ex.28:3); o Espírito foi dado aos setenta para ajudar a Moisés no trabalho de governar e julgar Israel: “Então, o SENHOR desceu na nuvem e lhe falou; e, tirando do Espírito que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles setenta anciãos [...]”; Josué também tinha o Espírito do Senhor: “Disse o SENHOR a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe-lhe as mãos” (Nm.27:18); o Espírito do SENHOR também veio sobre o rei Saul e Davi capacitando-os para tão grande obra: “Chegando eles a Gibeá, eis que um grupo de profetas lhes saiu ao encontro; o Espírito de Deus se apossou de Saul, e ele profetizou no meio deles” (1Sm.10:10), “Tomou Samuel o chifre do azeite e o ungiu no meio de seus irmãos, e, daquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apossou de Davi [...]” (1Sm.16:13); os profetas falam pelo Espírito do SENHOR: “depois, o Espírito de Deus me levantou e me levou na sua visão à Caldéia, para os do cativeiro; e de mim se foi a visão que eu tivera” (Ez.11:24); “Sim, fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o SENHOR dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas que nos precederam, daí veio a grande ira do SENHOR dos Exércitos” (Zc.7:12).
Assim agia o Espírito Santo no Antigo Testamento, operando de forma geral e especial: de uma forma geral Ele age “de diferentes maneiras e em harmonia com os objetos envolvidos” sustentando toda sorte de vida (BERKHOF, 2OO2: 393); de uma forma especial Ele capacita indivíduos, como vimos, para realizar a obra do SENHOR de tal maneira que os objetivos são alcançados para a glória de Deus Pai.

1.1.2 O Espírito Santo e a Encarnação do Verbo de Deus

Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo (Mt.1:18, 20)

A natureza de Cristo, segundo o credo reformado, foi “concebida no ventre da abençoada virgem Maria pelo poder do Espírito Santo, sem o concurso do homem”. Comenta o Dr. Russell Shedd: “Jesus foi concebido por obra e graça do Espírito Santo, e nasceu de Maria, sendo esta ainda virgem. Sua concepção foi sobrenatural, não de semente humana, mas divina” (BÍBLIA DE ESTUDO SHEDD, 1997: 1328). “[...] e lhe porás o nome de Jesus (yehôshua’, que significa: “O Senhor (Jeová) é a salvação”) porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt.1:21b – parêntese nosso). Berkhof diz que o elemento mais importante com relação ao nascimento de Jesus Cristo foi a operação miraculosa do Espírito Santo, portanto a semente incorruptível colocada no ventre de Maria pelo Santo Espírito não estava sujeita a herança pecaminosa de Adão, ou seja, não estava incluída na aliança das obras, estava, portanto, livre da culpa e do pecado.

1.1.3 O Espírito Santo e o Ministério de Jesus

O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado, a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para sua glória (Is.61:1-3)

Jesus começa Seu ministério sendo batizado por João, o qual vê o céu se rasgar e o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele (cf. Mt.3:16) para que fosse identificado por João como o Messias prometido que redimiria Israel. Conforme F.F. Bruce, o Espírito do SENHOR ao descer sobre Jesus identificou-O como o sucessor eterno do trono de Davi[8]. Dr. Russell Shedd tem a mesma opinião que Bruce:

O Espírito veio em forma corpórea para que os presentes pudessem reconhecer a Jesus como Messias (cf.Is.11:2,3; 42:1)[9] e para mostrar que estaria aberta a possibilidade de uma vida cheia do Espírito Santo (4:1, 14)” (COMENTÁRIO BÍBLIA SHEDD, 1997: 1429).

O próprio João Batista só reconheceu que Jesus era o Messias pelo sinal (o Espírito em forma de pomba), a voz do céu (cf. Mt.3:17)[10] confirma a visão:

Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo. Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus (Jo.1:33-34).


O que queremos enfatizar, na verdade, é a ação do Espírito de Deus na vida de Jesus mostrando que Ele é guiado pelo Espírito a fazer a vontade do Pai. Na Sinagoga de Nazaré (cf. Lc.4:16-19) mostra que essa profecia está cumprindo-se na prática:

[...] depois do batismo que João pregou, como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele (At.10:37b, 38).


1.1.3.1 Jesus no poder do Espírito Santo
Jesus cheio do Espírito foi guiado ao deserto, e ali, durante quarenta dias jejuando foi tentado pelo Diabo que procurou desviar Sua missão estabelecida por Deus (cf. Lc.4:1)[11]. Essa narrativa lembra os quarenta anos de Israel no deserto (Nm.14:34)[12] em que ele falhou na obediência e Jesus cumpre o propósito do Pai em obediência. Continua, no poder (dunamei - dinamei) do Espírito, Seu ministério na Galiléia (cf. Lc.4:14)[13]. Esse mesmo poder (dunamin - dinamim) (cf. At.1:8)[14] é oferecido ao crente no Pentecostes; Jesus glorifica a Deus Pai através do Espírito Santo (cf. Lc.10:21)[15]; ofereceu-se a Si mesmo, pelo poder do Espírito eterno, para purificar nossas consciências das obras mortas (cf. Hb.9:14)[16] padecendo morte de cruz para nos dar vida; o mesmo Espírito esteve agindo na ressurreição vivificando o corpo de Jesus Cristo (cf. Rm.1:4; 8;11)[17]; dias depois da Sua ressurreição, Jesus aparece aos discípulos e sopra sobre eles e diz: “Recebei o Espírito Santo” (Jo.20:22). Todavia, a atuação plena do Espírito Santo selando os que por Cristo vão sendo chamados (cf. 2Tm.2:19; Ef.1:13) dar-se-á no Pentecostes cumprindo a profecia de (Jr.31:33 e Jl.2:28)[18].
























CAPÍTULO 2
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2.1 A DISPENSAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco (Jo.14.16 – negrito nosso).

Outro (gr. Allos = outro da mesma espécie), Consolador (gr. Para “ao lado de” e kletos “chamado). Significa encorajador, quem dá força. Cristo está presente na igreja, no coração do crente através do Espírito Santo. Não só o Espírito Santo habita no crente, mas o Deus triúno faz nele morada: “Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo.14:23 – grifo nosso).
A dispensação do Espírito marca uma nova era[19] na história da redenção do povo de Deus. Ele vai atuar na obra de salvação realizada por Cristo Jesus na cruz, regenerando, santificando e influenciando o coração daqueles que o Pai lhe confiou[20] de forma que nenhum deles se perca, pois é a vontade de Deus: “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia” (Jo.6:39). A ressurreição do último dia é o ápice da obra de redenção em que o selo do Espírito Santo é a marca dos que participarão da própria natureza de Deus (cf. Ef.4:30)[21].

2.1.1 O Espírito Santo no Pentecostes

1 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 2 de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. 3 E apareceram, distribuídas entre eles, línguas (gr. glwssai, glossai) como de fogo e pousou uma sobre cada um deles. 4 Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas (gr. glwssai, glossai), segundo o Espírito lhes concedia que falassem (At.2:1-4 – negrito, grifo e parêntese nosso).

É o início da Igreja Cristã, e todos são batizados pelo Espírito Santo segundo a promessa de Cristo (At.1:4)[22]. Significa a presença contínua e não esporádica habitando em toda a igreja (1Co.3:16; 12:12,13)[23]. A Sua presença enche a igreja de vida, promove poder para propagar o Evangelho, confronta o mundo sem temor, ganha almas e operar milagres. Conclui-se que aqueles que fazem parte desse corpo (igreja) todos são batizados com o Espírito Santo. Esse batismo é o novo nascimento e garante a nossa salvação (cf. Jo.10:28)[24].
Houve apenas um Pentecostes, porém, há repetidas plenitudes para serviço: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito [...]” (Ef.5:18). O verbo encher (gr. πληροϋσθε) encontra-se no imperativo tempo presente e indica uma ação contínua. É algo a ser feito constantemente.

2.1.1.1 A promessa é para todos.

Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor nosso Deus, chamar (At.2:39 – grifo nosso).

A promessa é universal, diz respeito a todos. Não é privilégio de alguns grupos pentecostais ou carismáticos. É uma promessa para todos os que fazem parte do corpo de Cristo. Uma promessa é algo que acontece porque o que prometeu é fiel. Não é preciso fazer nada para conseguir se fosse preciso fazer algo para conseguir o batismo com o Espírito Santo, a promessa deixaria de ser promessa. Deus prometeu e Ele vo-lo dará o Espírito Santo para que esteja para sempre convosco.

Ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém, que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João; os quais, descendo para lá, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo; porquanto não havia ainda descido sobre nenhum deles, mas somente havia sido batizados em o nome do Senhor Jesus. Então, lhes impunham as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo (At.8:14:18).

Esses acontecimentos são interligados, há uma progressão de eventos, do começo ao fim. O objetivo é confirmar a promessa que é para todos os escolhidos (Ef.1:4)[25], ou seja, para todos os que Deus resgatou desta presente era perversa, segundo a vontade de nosso Deus e Pai (cf. Gl.1:4b)[26],

2.1.1.2 O Espírito Santo Desce Sobre os Gentios.
Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus (At.10:44-46 – grifo nosso).

Aqui foi através da palavra, não foi preciso a imposição de mãos, o Espírito Santo caiu sobre os gentios sem que estes fossem batizados nas águas (cf. At.10:47)[27].
O batismo com o Espírito Santo aconteceu imediatamente à conversão, ou seja, “enquanto Pedro falava” “caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra” “[...] confirmando, segundo comentário da Bíblia Shedd, sua inclusão na igreja sem conversão ao judaísmo”. Os que eram da circuncisão admiraram-se porque estavam ouvindo os gentios de língua grega falando em aramaico as grandezas de Deus, isso para confirmar que a graça de Deus os havia alcançado. As línguas, no sentido de confirmar a dispensação da graça, que alcançaria o mundo, só acontecem entre judeus e gentios.

Na Grécia.

[...] perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. Então, Paulo perguntou: Em que, pois, fostes batizados: Responderam: No batismo de João. Disse-lhe Paulo: João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam. Eram, ao todo, uns doze homens (At.19:2-7).


O texto é bastante claro, eles creram e foram batizados no batismo de João, todavia, ainda não faziam parte do corpo de Cristo (a igreja) que acabara de ser formada em Jerusalém no Pentecostes. Todos que iam se batizando, através da imposição de mãos, aderiam ao corpo de Cristo. O batismo foi uma seqüência para formação da igreja nascente, era algo desconhecido, por isso, eles respondem admirados: “[...] nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo”. É óbvio, o Reino estava se expandindo: “[...] mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e series minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At.1:8). Crer em Jesus antes do Pentecostes era ser batizado no batismo de João:

Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo (Mt.3:11).


Isso não implica em pensar que logo após o Pentecostes todos os crentes de outras localidades tivessem que ser batizados automaticamente. Eles foram sendo informados, e houve uma seqüência que foi até aos confins da terra, do batismo com o Espírito Santo o qual desciam sobre eles com imposição de mãos ou pela palavra quando eles criam e automaticamente sendo incorporados ao corpo de cristo (a igreja), também não podemos dizer que algumas pessoas só passaram a ser crentes depois da imposição de mãos. Não, eles agora passaram a fazer parte de uma nova aliança selada com o sangue de Cristo.
Para o biblista John Stott o que realmente importa é que os quatros elementos estão unidos. Eles eram partes distintas de uma única iniciação em Cristo, feita com batismo e imposição de mãos (exteriormente), e com a fé e o dom do Espírito (interiormente).

2.1.1.3 As línguas no Novo Testamento
As línguas em Atos eram “glossais” = “dialetos”, ou seja, línguas inteligíveis. Tinha o objetivo de proclamar as grandezas de Deus na língua materna de cada povo. Era o sinal que marcava um novo tempo na história de salvação, ou seja, serviu de bênçãos para os gentios que ouviram as grandezas de Deus em seus próprios idiomas, serviu, também, de juízo para os judeus incrédulos:

“1 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 2 de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. 3 E apareceram, distribuídas entre eles, línguas (gr. glwssai, glossai) como de fogo e pousou uma sobre cada um deles. 4 Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas (gr. glwssai, glossai), segundo o Espírito lhes concedia que falassem. 5 Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. 6 Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, por quanto cada um os ouvia falar na sua própria língua (gr. glwssai, glossai). 7 Estavam, pois , atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? 8 E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua (gr. dialektw, dialekto) materna? 9 Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, 10 da Frigia, da Panfilia, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, 11 tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas (gr. glwssai, glossai) as grandezas de Deus? 12 Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que quer isto dizer? (At. 2:1-12 grifo nosso).

O local que eles estavam foi invadido por um vento impetuoso (cf. At.2:2) e ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outra língua conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Pessoas de várias nacionalidades estavam ali e cada uma ouvia falar em sua própria língua (glossais = dialetos), (cf. At.2:8), das grandezas de Deus (cf. At.2:11b). Portanto, as línguas do Pentecostes não eram línguas de anjos, nem um dialeto desconhecido, pois todos ouviam falar em seu próprio idioma. Tinha, dessa forma, o objetivo de evangelismo, de transmitir as boas novas (grandezas de Deus) de uma forma grandiosa, todos ficaram atônitos porque aquelas pessoas eram galileus e falavam aramaico, eles, porém, estavam ouvindo em seu próprio idioma.
O dom de línguas (glossais), na dispensação do Espírito, no NT, ocorreu pelo menos, depois do Pentecostes em Jerusalém, em três lugares: Cesaréia, Éfeso e Corinto.

Cesaréia

44 Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. 45 E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; 46 pois os ouviam falando em línguas (gr.glwssaiz, glossais)[28] e engrandecendo a Deus. Então, perguntou Pedro: 47 Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo? 48 E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então, lhe pediram que permanecesse com eles por alguns dias (At.10:44-48 grifo nosso).

As línguas (glossais) faladas em Cesaréia pelos gentios foram idiomas conhecidos pelos “fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro” e “os ouviam falando em línguas” “engrandecendo a Deus”. Se eles ouviam os gentios “engrandecendo a Deus” em seu próprio idioma, isso significa que eles estavam falando em glossais aramaica, pois os gentios falavam grego ou a língua nativa, e os discípulos, aramaico. Aqui acontece com os gentios o mesmo que aconteceu no dia de Pentecostes em (cf. At. 2:1-12). Só que no Pentecostes eles falaram em glossai para o mundo, pessoas de várias nacionalidades estavam ali e ouviam falar das “grandezas de Deus”. Em Cesaréia eles falam para os fiéis da circuncisão (judeus convertidos ao cristianismo) “agradecendo a Deus” louvando-O no idioma judaico (aramaico). Isso aconteceu, justamente, para comprovar que os gentios também estavam sendo alcançados pela graça salvadora e a promessa estava cumprindo-se, e é para todos quanto Deus chamar: judeus e gentios.


Éfeso

6 E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas (gr. glwssaiz , glossais) como profetizavam. 7 Eram, ao todo, uns doze homens (At.19:6-7 grifo nosso).

O mesmo tipo de língua (glossais) falada no dia do Pentecostes e em Cesaréia é o mesmo falado em Éfeso: dialetos humanos. Nada diz estes versículos que nos leve a crer que falaram em línguas de anjos (ininteligíveis). Ao falar em línguas eles estavam profetizando as grandezas de Deus e marcando um novo tempo, assim como, os gentios de Cesaréia[29].

Corinto
[...] a outro, operações de milagres; a outro, profecias; a outro, discernimento de espíritos; a um variedade de línguas (gr. glwssvn, glosson); e a outro, capacidade para interpretá-las (1Co.12:10 grifo nosso).

Aqui também fica entendido que se trata de um dialeto como em (cf. At.2:4-11), provavelmente desconhecido para quem está falando, mas conhecido para o ouvinte¹. O dom de línguas deveria ser usado para edificar a comunidade, quem estava falando em línguas na igreja de Corinto, estava edificando a si próprio e a forma correta era a edificação do corpo. Por isso quando Paulo diz: “Quem fala em língua a si mesmo se edifica [...]” (1Co.14:4), ele está dizendo que aquela pessoa está agindo egoistamente porque esse dom não é individual. Como não tinha ouvintes específicos de outras nacionalidades, assim como em Jerusalém, nem quem as interpretassem a fim de edificar a igreja, tendo em vista, pois, que esse dom fala das grandezas de Deus, engrandecendo e louvando-O pelos Seus poderosos feitos, por isso mesmo tinha como objetivo edificar o corpo de Cristo (a igreja), o Espírito Santo não exalta a nada nem ninguém além de Cristo no culto.
Em (1Co.12:28 e 30) Paulo usa respectivamente a mesma palavra para “dialeto” que usou anteriormente: “...variedades de línguas” (v.28) (gr. genh glwssvn , gnen glosson); “línguas” (v.30) (gr. glwssaiz, glossais).

- A introdução de (1Co.13) é feita com o final do (1Co.12) que diz: “Kai eti kaq uperBolhn odon umin deiknumi”. “E eu passo a mostra-vos ainda um caminho sobremodo excelente”.

Ainda que eu fale as línguas (gr. glwssaiz, glossais) dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine” (1Co.13:1).

Glossais. Dialetos humano falado no Pentecostes. “Ainda que fale as línguas dos anjos” trata-se de uma “hipérbole” intencional para chamar atenção para aqueles que usam os dons sem a prática do amor ágape o qual ultrapassa todos os dons, que por sua vez, os membros da igreja devem aspirar. Deus é amor (Jo.3:16)[30]. Nada podemos afirmar, sobre a expressão empregada por Paulo: “línguas dos anjos”[31], tenha sido usada, ou seja, que o Espírito Santo tenha se manifestado com línguas celestiais para ministrar edificando a igreja nascente. Todavia, Paulo diz que vai mostrar um caminho mais excelente (gr. ύπερβολήν), ele faz comparações e a hipérbole é um exagero de palavra. Vejamos: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos”, a palavra “ainda significa que ele não falava; “Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas [...]”. Só quem conhece todos os mistérios e tem todo conhecimento é Deus; “Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado [...]”. Ele não possuía nada para dá aos pobres, para se sustentar fabricava tendas. O que ele deixa claro é que os dons sem o amor é como o sino que soa.

2.1.2 Os ofícios do Espírito Santo
O Espírito Santo, o Consolador, tornou-se depois do Pentecostes o executor da obra de redenção, regenerando e santificando os que por Ele são convencidos do pecado da justiça e do juízo. Dessa forma Ele ministra em duas áreas específicas nos frutos do Espírito e capacitando sua igreja com dons Espirituais.

2.1.2.1 O Fruto do Espírito

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei (Gl.5:22-23).

O fruto do Espírito é implantado naqueles que nascem de Deus e são cultivados pelo próprio Espírito Santo fazendo com que o novo homem ande em novidade de vida e não mais esteja sujeito a carne. Todavia, “[...] a carne, milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si [...]”, esse conflito é inevitável, não pode ser evitado, a vitória, no entanto, também, não pode ser evitada, pois quem vence é o maior e o apóstolo João diz quem é o maior: “Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1Jo.4:4). E se o que está nos verdadeiros crentes é maior, temos, portanto, a certeza da vitória sobre a carne, o mundo e o diabo. Essa vitória a pesar de já ter sido conquistada, por Jesus na cruz do Calvário, ela vem sendo consolidada (cf. Fp.2:12) na vida de cada crente através do amadurecimento do fruto do Espírito que acontece gradativamente. Afinal de contas o apóstolo Paulo diz em sua Carta aos Romanos que fomos predestinados para sermos conforme à imagem de Jesus Cristo[32].
O fruto do Espírito são qualidades morais cuja origem é Divina, todavia não há aqui pretensão de fazer uma lista completa de virtudes. O que Paulo selecionou foram características essenciais antes corrompidas pelo pecado que começa a ser restaurada, após a regeneração, pelo Espírito Santo. Passaremos a ver com detalhes cada uma dessas qualidades:
1. O amor (gr. Αγάπη).
O amor ágape é o amor pelo qual Deus nos amou primeiro: “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado[33]” (Rm.5:5). Para que pudéssemos amar com o amor que Ele nos amor.
Esse amor é a base, o fundamento onde todos os outros frutos são edificados. Ninguém pode dizer que tem um fruto e o outro não; o que pode acontecer é que alguns frutos amadurecem mais rápido que outros.
O amor (ágape) nos constrange e leva-nos a agir ao contrário daquilo que a lógica estabeleceu como padrão. (1Co.13) é o exemplo daqueles que nasceram do Espírito: vivem um amor que não busca seus próprios interesses.
2. A alegria (gr. Χαρά).
Esta alegria não é gerada por elementos externos que produz uma momentânea e falsa alegria, mas é produzida pelo Espírito Santo de Deus que habita naqueles que por Ele foram regenerados (cf. 1Pe.23). Portanto, é uma alegria que não depende das circunstâncias e mesmo diante das labutas do dia-a-dia os filhos de Deus não desanimarão. Esta alegria impulsiona o crente a permanecer firme nas promessas do Senhor ajudando-o a não se desesperar diante das injustiças. Mesmo que choremos e tenhamos fome e sede de justiça há uma alegria imensurável como fonte de água viva que transborda para a vida eterna[34]. Escrevendo aos romanos o apóstolo Paulo ensina: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm.14:17).
3. A paz (gr. Είρήνη).
No hebraico paz é shalom: “Então, Gideão edificou ali um altar ao SENHOR e lhe chamou de o SENHOR é Paz” (Jz.6:24). Todos os que andam na presença de Deus desfruta dessa paz. Os israelitas perderam a paz porque não andaram nos caminhos do SENHOR (cf.Jz.6:1).
Na “Nova Aliança”, Cristo é a nossa paz (cf. Ef.2:14),[35] uma paz que excede todo entendimento (cf. Fp.4:7); porque, como a alegria, a paz não depende das circunstâncias e nem pode ser arrebatada por Satanás. Foi o príncipe da paz que nos deu: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração nem se atemorize” (Jo.14:27). Essa paz não significa que seremos tirados da luta e da tribulação que cai sobre toda humanidade. Mas, seremos guardados nessa hora (cf. Ap.3:10)[36]. Quem tem essa paz é aprovado no dia da tribulação. Ao contrário do mundo que vive uma angústia eterna.
4. Longanimidade (gr. Μακροθυμία)[37].
Longanimidade é a paciência[38] com que Deus segura Sua ira diante da iniqüidade do homem: “Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição [...]” (Rm.9:22). Portanto longanimidade é a capacidade gerada pelo Espírito Santo no cerne do espírito humano em que ele passa a suportar determinadas afrontas sem se irar. O apóstolo Paulo exorta os colossenses a procederem como eleitos de Deus[39], cultivando os frutos do Espírito Santo. A longanimidade também se evidencia na capacidade de esperar: “Eis que temos por felizes os que perseveram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo” (Tg.5:11).
5. Benignidade (gr. Χρηστοτης).
Celebrarei as benignidades do SENHOR e os seus atos gloriosos, segundo tudo o que o SENHOR nos concedeu e segundo a grande bondade para com a casa de Israel, bondade que usou para com eles, segundo as suas misericórdias e segundo a multidão das suas benignidades (Is.63:7).

Este fruto do Espírito, segundo muitos comentadores, é o que de maneira maravilhosa reflete mais o amor de Deus para com os outros sem interesses paralelos.
A benignidade evidencia-se na misericórdia e compaixão que exercemos para com o nosso próximo. O mundo age na base do interesse, visando algo em troca principalmente a glória deste mundo. Enquanto aqueles que nasceram de Deus, foram transformados pelo Seu poder já não pensam em amar por algo em troca, como os elogios ou os benefícios que possam advir de tais atitudes.
O maior ato da benignidade do SENHOR foi manifesto em Cristo Jesus para salvar pessoas que não mereciam, mas Ele prova o Seu amor para conosco tendo Cristo Jesus morrido na cruz sendo nós ainda pecadores. Vejamos a Carta do apóstolo Paulo endereçada a Tito:

Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por mós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tt. 3:4-7 – grifo nosso).


Como filhos de Deus, devemos nos interessar até pelos nossos inimigos, em todos os sentidos, principalmente no que concerne em lhes dá o que há de melhor, de mais essencial. O que uma pessoa pode querer que seja maior do que a vida eterna que Cristo nos deu? Devemos, portanto, pregar o Evangelho da salvação para elas. Isso não significa pensar que o lado social deve ser negligenciado. O mundo tem sua maior fome do Pão que veio do Céu: Jesus Cristo. Se há algo de bom que se possa fazer por alguém é dar-lhe desse pão que verdadeiramente sacia a fome.
Vejamos um bom exemplo da benignidade sendo exercida de forma altruísta: Uma jovem da comunidade (do Janga), mas que não era membro de nossa igreja, ficou doente. Quem fica doente e está ali na cama de um hospital sabe como é importante a visita de um amigo, principalmente dos parentes. E essa jovem ficou doente justamente quando seu pai havia parado de pagar o plano de saúde, e por incrível que pareça seus pais estavam em outro estado tendo a jovem ficado apenas com sua avó. Durante a cirurgia, no “Hospital da Restauração,” o apêndice estrangulou e ela ficou entre a vida e a morte. Com a jovem, tinha que ficar um acompanhante; sabemos as dificuldades para encontrar alguém que se disponibilize, nessas ocasiões, no sentido de render, de está ali dando um apoio, pernoitando com o enfermo. Foram três pessoas que estiveram no Hospital durante o tempo em que ela esteve internada: a avó, a amiga e a Irª. Solange que se disponibilizaram, deixando seus afazeres para está ali durante várias noites. Elas fizeram isso por amor, compaixão, sem nenhum interesse egoísta; Cristo foi quem melhor expressou esta qualidade. Na medida em que estamos sendo transformados na imagem do Filho de Deus[40] passaremos a agir, cada vez mais, como o nosso Salvador Jesus Cristo.
6. Bondade (gr. Τοιουτων).
Bondade[41] é generosidade em ação para com os outros. Uma pessoa é bondosa quando ajuda os necessitados como no caso do bom samaritano. Somos verdadeiros adoradores de Deus quando quebramos as muralhas das diferenças e só assim passaremos a ser conhecidos como verdadeiros cristãos. Esse fruto do Espírito, atualmente, está sendo pouco cultivado, ou melhor, está sendo negligenciado. Na verdade, sem o conhecimento da palavra de Deus os frutos permanecerão verdes ou levarão muito tempo para amadurecerem. A igreja de Roma é um bom exemplo desse conhecimento, pois o apóstolo diz que eles eram instruídos: “Meus irmãos, eu mesmo estou convencido de que vocês estão cheios de bondade e plenamente instruídos, sendo capazes de aconselhar-se uns aos outros [..]” (Rm.15:14).
Vejamos o que Tiago fala a esse respeito: “De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo: Se um irmão ou irmã estiver necessitado de roupas do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se, sem porém lhe dar nada, de que adianta isso?” (Tg.2:14-16).
“Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras” (Tg.2:19). Como vimos ai está a bondade de Deus que foi derramada em nossos corações pelo Seu infinito amor. Portanto não podemos ser crentes egocêntricos, voltados exclusivamente para nossos próprios interesses. Devemos, pois, nos preocupar com o nosso próximo, quando agimos dessa forma estamos buscando primeiro o Reino de Deus e sua justiça, e com toda certeza, todas as outras coisas nos serão acrescentadas. Se agirmos de outra forma não estaremos evidenciando, através das nossas obras, a ação do Espírito Santo em nosso viver. Como crentes, raquíticos na fé, estaremos, desestruturados, vulneráveis as intempéries desta vida.
É importante salientar que toda boa obra, feita com o objetivo de obter mérito diante de Deus surge de um desejo egoísta daqueles que querem ser elogiados pelos outros. No entanto as obras do fruto do Espírito é um desejo gerado pelo “Espírito Santo”, por isso, podemos dizer que as obras não somos nós que fazemos, mais, Deus quem as faz. Somos apenas instrumentos em Suas mãos a fim de abençoarmos os outros. Somos guiados pelo Espírito a fazer a vontade de Deus.

7. Fé (gr. Πίστις).
Esse fruto do Espírito foi dado aos santos (Jd.3)[42] para que eles mantenham a fidelidade, perseverem no dia mal que há de vir sobre todo o mundo, para por a prova os que habitam na terra (cf. Ap.3:10). O apóstolo Paulo disse que o que vence o mundo é a nossa fé. W. Phillip Keller escreveu que a fé impulsiona o crente a vitória:
Ela crê que, para Deus, tudo é possível. Por isso marcha em frente, permanece firme, continua leal, mesmo em meio a reveses e decepções. Essa fé é estável, mesmo em face de experiências abaladoras, pois seu olhar está fixado naquele que é fiel, e não no caos e confusão das circunstâncias que nos cercam (1981: 128).

No mundo secular se você crer em algo significa que você acredita naquilo. E quando se acredita em alguma coisa as pessoas começam a agir harmoniosamente com a fé naquilo que acreditam. Assim como acontece no mundo econômico financeiro, se uma pessoa acredita que determinado investimento irá dar certo ele, com toda convicção, investirá todos seus recursos porque acredita, tem fé naquilo que está fazendo. Assim é com as coisas espirituais, ou se tem fé ou não se tem. Por isso, algumas pessoas ouvem a palavra e não acreditam, porque não têm fé no que ouviram. Elas permanecem incrédulas porque o diabo cegou as suas consciências para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da Graça de Deus. E com toda certeza, ninguém quer vir a Ele para ter vida, a não ser que Ele dê vida aquele que está morto nos seus delitos e pecados. Tudo isso pela ótica bíblica de que a fé é um dom de Deus e que o homem só é salvo por ela. Vejamos o que o apóstolo Paulo diz: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef.2:8-9 – grifo nosso).
Fé também significa fidelidade[43]. Somos convidados a ser fiéis até a morte (Ap.2:10)[44]. Isso não significa pensar que podemos perder a salvação caso haja infidelidade, pois, trata-se, sem sombra de dúvida de exortação para o crente manter o testemunho (martíria) fiel da palavra de Deus nesse mundo estruturado na injustiça que se levanta contra o SENHOR do céu e da terra.


Para sermos fiéis escreveu Israel Belo Azevedo:

Não adianta ler a Bíblia toda em um mês. Isto pode ser até uma prática para um tempo de euforia, mas o crescimento virá com a leitura constante, cuidadosa, meditativa, realizada anos após anos. É um investimento para a vida toda (2003: p65).

8. Mansidão (gr. Πραΰτης).
Mansidão no hebraico significa gentileza, humildade, suavidade, brandura (Pv.15:33; 18:12; 22:4; Sf.2:3; Sl.18:35; 45:4). No grego ela tem o mesmo significado (Mt.5:5; 11:29; 21:5; 1Co.4:21; 2Co.10:1; Gl.5:22).
Na medida em que somos transformados de glória em glória na imagem de Cristo, tornamo-nos, cada vez mais, mansos e humildes de coração. Jesus é o grande exemplo: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt.11:29).
Os mansos não são covardes, ao contrário do que se pensa, eles são pacificadores, onde há discórdia eles levam a paz, agem dessa forma porque são cheios do Espírito Santo e procuram, assim como a corsa anseia por água, encherem-se do Espírito de Deus: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef.5:18).
O mundo precisa de pessoas mansas, que dêem testemunho com suas vidas da vitória que Cristo conquistou na Cruz. Agindo assim, Deus é glorificado e exaltado entre as nações. Quem procede dessa forma são os verdadeiros adoradores. Onde estão os mansos da Igreja? Um líder manso é uma pessoa que vive em prol do Reino, ou seja, busca a unidade e o crescimento espiritual dos seus liderados. O mundo é diferente, a arrogância, a prepotência, o individualismo e a auto-exaltação são marcas características do líder mercenário que denigre o Evangelho para adquirir o que o vazio do seu espírito almeja insaciavelmente.
Uma grande característica dos verdadeiros mansos é que eles não se conformam com esse mundo mau e procuram transformá-lo, sem ser pela violência, mas através da paz e do amor de Deus. A transformação acontece pelo testemunho fiel.
9. Domínio Próprio (gr. έγκράτεια).
Esta palavra significa autocontrole, domínio próprio, ponto de equilíbrio entre um extremo e outro. O homem guiado pelo Espírito Santo não é um descontrolado, um colérico, mas uma pessoa que diante de uma situação que humanamente falando exige uma atitude enérgica (violenta), o servo de Deus consegue dar a volta por cima e agir com moderação[45] (autocontrole).
Fomos chamados a agirmos com sobriedade: “Mas tu sê sóbrio em tudo [...]” (2Tm.4:5); “E já que está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios [...]” (1Pe.4:7). Por que esse fruto é tão importante em nossas vidas? Muito sal pode prejudicar a saúde; a luz em excesso pode cegar; o fogo sem controle pode destruir. O super crente pode ser uma má influência e levar os irmãos a cometerem os mesmos excessos. O apóstolo Paulo fala à igreja de Corinto, a fim de doutriná-la, ensinando que os carismas sem amor são como o bronze que soa (cf. 1Co.13:1). Ali havia um grupo de super crentes e eles achavam-se altamente espirituais porque falavam em línguas, mas, o apóstolo se dirigiu a eles como a carnais, meninos em Cristo (cf. 1Co.3:1-2). Quando os frutos permanecem verdes não existe o equilíbrio necessário para o funcionamento sadio, não haverá unidade e Deus ama a unidade: “Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós” (Jo.17:11).



























CONCLUSÃO
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A soteriologia é uma doutrina muito importante, porque trata, justamente, da nossa salvação. É, portanto, preciso estudá-la de uma forma bastante responsável posto que há muitas coisas escritas sobre esse assunto que foge a ortodoxia cristã e podemos cair nas malhas do falso ensino. Mas como se proteger de tais doutrinas? Estude a Bíblia e quando procurar alguém para lhe ensinar que seja comprometido com a palavra de Deus.
Muitos não acreditam nas antigas doutrinas da graça porque não estudam, não são como os crentes de Beréia: que investigavam todos os dias as Escrituras. Os crentes de hoje têm pouco ou nenhum interesse pelo estudo teológico. O Evangelho dessas pessoas é de uma linguagem superficial, sincretizado, valorizando as experiências isoladas (emocionalismo) dando, também, uma maior ênfase às coisas materiais (teologia da prosperidade) deixando de pregar todo o conselho de Deus. O apóstolo Paulo incentiva-nos com muitos conselhos a pregação do Evangelho da salvação (cf. Ef.1:17). Para que assim aconteça precisamos conhecer a Bíblia e nos familiarizar com as suas doutrinas.




















REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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AMARAL, Leila. Nova Era: um desafio para os cristãos. Editora Paulinas. São Paulo, 1994.

BÍBLIA DE ESTUDO SHEDD, Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. São Paulo. Vida Nova, 1997. 1929p.

BELO, Israel Azevedo de. O Fruto do Espírito: a vida cristã como ela deve ser. São Paulo. Editora Sepal, 2003. p73. 103p.

BERKHOF, Loius. Teologia Sistemática. São Paulo. Editora Cultura Cristã, 2001. 720p.

NICODEMUS, Augustus Lopes. Cheios do Espírito. São Paulo Editora Cultura Cristã. São Paulo, 1998. 78p.

ORTON, H. Wiley / CULBERTSON, Paul T. Introdução à Teologia Cristã. São Paulo. Casa Nazareno de Publicações. São Paulo, 1990. 516p.

PACKER, J. I. Teologia Concisa: Síntese dos fundamentos históricos da fé cristã. São Paulo. Editora Cultura Cristã, 1998. 246p.
FHILLIP, Keller W. Frutos do Espírito Santo. Minas Gerais. Editora Betânia, 1981. 151p

ROBERTSON, Palmer O. A Palavra Final: Resposta bíblica à questão das línguas e profecias hoje. São Paulo. Editora Os Puritanos, 1999. 167p.

HODGE, Charles. Teologia Sistemática. São Paulo. Editora Hagnos, 2001. 1711p.

SPROUL, R.C. Ministério do Espírito Santo. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2002. 160p.



















DO MESMO AUTOR:

Ø Os Adventistas do Sétimo Dia: Um abismo eterno.

Ø Como Responder as Testemunhas de Jeova.

Ø Quem matou Allan Kardec? Desmascarando os Espíritos.

Ø Reencarnação ou Ressurreição: Quem está com a razão?

Ø Apocalipse: As sete igrejas da Ásia. Uma interpretação histórica

Ø Quando Surgiu a Doutrina da Reencarnação ?

Ø Usos e Costumes dos Judeus em Pernambuco.

Ø A Soberania de Deus e o Livre-Arbítrio.

Ø Violência e Santidade no Antigo Testamento.

Ø O Sermão do Monte e o Fruto do Espírito: Como viver uma vida de santidade.

Ø Eleição e Chamada Eficaz. Doutrinas Bíblicas.

Ø As Principais Festas Judaicas.

Contato: Fone (81) 9421.2595
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1.2.2.2 Os Dons do Espírito



1.2.3 O Espírito Santo e a Igreja



1.2.4 O Espírito Santo e o mundo






































































[1] “Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (Jo.16:7).

[2] “Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo”.

[3] “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco [...]”. “Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros”. “Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”. “[...] mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”.

[4] “Depois de constatarmos que 1Co.12:13 refere-se a Cristo batizando com o Espírito e fazendo-nos beber do Espírito, precisamos observar em seguida que “todos nós” participamos deste batismo e deste beber. Ser batizado e beber são claramente expressões equivalentes. Todos os cristãos experimentaram as duas coisas. Além disto, o tempo aoristo dos dois verbos (“fomos batizados”, “foi dado a beber”) deve ser compreendido não só como uma alusão ao acontecimento do Pentecostes quando de sua conversão” (STOTT, John. Batismo e Plenitude do Espírito Santo: O mover sobrenatural de Deus. São Paulo. Vida Nova, 2004. p31).
[5] “[...] em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Ef.1:13, 14 – negrito nosso).
[6] “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”.

[7] “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”.
[8] BRUCE F. F. João: introdução e comentário. São Paulo. Vida Nova, 2004. p.58.

[9] “Repousará sobrre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR. Deleitar-se-á no temor do SENHOR; não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos [...]”.
“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios”.

[10] “E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.
[11] “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto [...]”.

[12] “Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades quarenta anos e tereis experiência do meu desagrado”.

[13] “Então, Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia, e a sua fama correu por toda a circunvizinhança”.

[14] “[...] mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”.

[15] “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelastes aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado”.

[16] “[...] muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”.

[17] “[...] e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor [...]”.

[18] “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depôs daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”.
“E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões [...]”.
[19] “Nova Era que estou me referindo significa um novo tempo na história da redenção. Diferente da Nova Era pagã-satânica que tem um significado místico vejamos: “Segundo as previsões astrológicas, a Nova Era diz respeito à Era de Aquário e a aparição de Avatares neste momento crítico da evolução planetária. Aquário é um signo representado por um ancião que, com seu cântaro de água, faz jorrar sobre a Terra o verdadeiro alimento, a sabedoria, que permitirá o crescimento pessoal, espiritual e político do gênero humano” (AMARAL, Leila. Nova Era: um desafio para os cristãos. Editora Paulinas. São Paulo, 1994. p.17142p).

[20] “E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido (Jo.6:65).

[21] “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção”.
[22] “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem”.

[23] “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”.
“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e tosos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também como respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito”.

[24] “Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão” (NVI).
[25] “Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença” (NVI).

[26] “[...] o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai”.

[27] “Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo”.
[28] COMENTÁRIO: Bíblia de Estudo Almeida (At.10:46). “At. 2:4: 19:6. Aqui se repete, entre os gentios, o que aconteceu no dia do Pentecostes; cf. At. 2:2-4)”.


[29] COMENTÁRIO: Bíblia de Estudo de Genebra (At.19:6). “A experiência que os gentios de Éfeso tiveram quando receberam o Espírito Santo é paralela àquela dos judeus (2:4,11), dos samaritanos (8:14-17) e dos gentios tementes a Deus (10:44-46). Este episódio é uma extensão da experiência do Pentecostes para ainda um outro grupo de pessoas (v.2). “Profetizavam”, nesta passagem , pode ser equivalente a “falar... as grandezas de Deus” (2:11), ou falando e “engrandecendo a Deus” (10:46).

[30] “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

[31] COMENTÁRIO: Bíblia de Estudo de Genebra (1Co. 13:1-3). “Usando de um exagero intencional, Paulo enfatizou a inutilidade dos dons quando exercidos sem o concurso do amor. A expressão “línguas dos homens” refere-se, provavelmente, ao dom de falar em línguas estrangeiras (At.24-11), enquanto que a adição “e dos anjos” pode ser um exagero deliberado (similar a “compreender todos os mistérios” ou “remover montanhas”). Se os crentes de Corinto reivindicavam usar a linguagem dos anjos é impossível de determinar (12:10). A expressão “ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado” também pode ser uma declaração dramaticamente exagerada.


[32] Rm.8:29
[33] Δοθέντος – imposto, dado, imputado sem que se possa questionar.
[34] “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”.
[35] “Porque ele é a nossa paz”.

[36] “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”.


[37] “No idioma em que o apóstolo Paulo escreveu (gr. coinê), “longanimidade” (macrothumia, em que “makros” é “grande”, “longo” e “thumos” quer dizer “paixão”, “sentimento”)” (BELO, Israel Azevedo de. O Fruto do Espírito: a vida cristã como ela deve ser. São Paulo. Editora Sepal, 2003. p73. 103p).

[38] “Outro aspecto do fruto do Espírito é a longanimidade isto é, paciência;. Essa virtude espelha e reflete o caráter de Deus, não tem lugar para as explosões de mau-humor e uma personalidade de pavio curto” (SPROUL, R.C. Ministério do Espírito Santo. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2002. p.145. 160p).

[39] “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (Cl.3:12 – Bíblia de Estudo SHEDD).
[40] “Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm.8:29 - NVI).

[41] “[...] a bondade é uma qualidade do caráter de Deus a que muitos de nós não sabem dar o devido valor” (FHILLIP, Keller W. Frutos do Espírito Santo. Minas Gerais. Editora Betânia, 1981. p115. 151p).
[42] “Amados, embora estivesse muito ansioso por lhes escrever acerca da salvação que compartilhamos, senti que era necessário escrever-lhes insistindo que batalhassem pela fé de uma vez por todas com fiada aos santos” (NVI).
[43] “Mas o fruto da fé envolve mais do que confiar. Significa que nos tornamos dignos de confiança. Uma pessoa de fé é não somente uma pessoa que confia, mas uma pessoa que merece confiança” (SPROUL, C. R. O ministério do Espírito Santo. São Paulo. Editora Cultura Cristã, 1997. p147).

[44] “Não tenha medo do que você está prestes a sofrer. O Diabo lançará alguns de vocês na prisão para prová-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias. Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida” (NVI).
[45] “A falta de modéstia, o extremismo e a ostentação não se ajustam ao domínio próprio. Manifesta-se aqui o nível moderado do auto-controle. O espírito não é rude em nem imperioso. Ele nem é violento e nem grosseiro” (SPROUL, 1997: p148).